Revista Brasileira de Anestesiologia (Apr 2003)

Anestesia peridural contínua com ropivacaína a 0,2% associada a anestesia geral para cirurgia do abdômen superior em crianças Anestesia peridural contínua con ropivacaína a 0,2% asociada a anestesia general para cirugía del abdomen superior en niños Continuous epidural anesthesia with 0.2% ropivacaine associated to general anesthesia for upper abdominal surgery in children

  • Jyrson Guilherme Klamt,
  • Luis Vicente Garcia,
  • Renato Mestriner Stocche,
  • Marlene Paulino dos Reis

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-70942003000200003
Journal volume & issue
Vol. 53, no. 2
pp. 160 – 168

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Técnicas anestésicas têm sido empregadas em pacientes pediátricos para vários tipos de cirurgias, apresentando entre outras vantagens, a analgesia pós-operatória. O objetivo deste estudo foi avaliar o ritmo de infusão de propofol e a recuperação pós-anestésica de crianças submetidas à cirurgia abdominal alta sob anestesia peridural torácica com ropivacaína a 0,2%, associada à anestesia geral com propofol ou propofol mais sufentanil. MÉTODO: Vinte e seis crianças ASA I, II e III, com idades entre 0 e 4 anos, submetidas à cirurgia abdominal alta foram selecionadas para anestesia peridural torácica (T7-T8) com ropivacaína a 0,2% (1,5 ml.kg-1). Foram divididas aleatoriamente em dois grupos: Propofol (infusão de propofol) e Sufentanil (infusão de propofol mais sufentanil 1 µg.kg-1). Os ritmos de infusões de propofol foram de 20 e 10 mg.kg-1.h-1 nos grupos Propofol e Sufentanil, respectivamente, ajustadas de modo a manter a pressão arterial cerca de 20% dos valores pré-indução e interrompidas 10 a 15 minutos antes do final estimado da cirurgia. A recuperação pós-anestésica foi avaliada através de uma escala modificada de Aldrete-Kroulik e a sedação avaliada através de uma escala de 5 pontos. RESULTADOS: Duas crianças de cada grupo foram excluídas por problemas técnicos. O ritmo de infusão foi significativamente menor no grupo Sufentanil em relação ao grupo Propofol durante 100 minutos após o início da cirurgia. Os tempos para extubação e transferência para a sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) foram significativamente menores no grupo Propofol, porém a intensidade e a duração da sedação foram maiores nesse grupo em relação ao grupo Sufentanil. Os escores de recuperação foram similares nos dois grupos. Após 3 horas na SRPA, todos pacientes haviam atingido os critérios para transferência para as enfermarias. Hipotensão arterial transitória foi observada em 2 pacientes do grupo Sufentanil. CONCLUSÕES: A combinação da anestesia peridural torácica contínua com ropivacaína a 0,2% (1,5 ml.kg-1) associada à infusão de propofol promove anestesia efetiva e segura para cirurgias abdominais altas em crianças. O ritmo de infusão de propofol e o tempo de sedação foram reduzidos com a adição de sufentanil.JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Técnicas anestésicas han sido empleadas en pacientes pediátricos para varios tipos de cirugías, presentando entre otras ventajas, la analgesia pós-operatoria. El objetivo de este estudio fue evaluar el ritmo de infusión de propofol y la recuperación pós-anestésica de niños sometidos a cirugía abdominal alta bajo anestesia peridural torácica con ropivacaína a 0,2%, asociada a anestesia general con propofol o propofol más sufentanil. MÉTODO: Veintiséis niños ASA I, II y III, con edades entre 0 y 4 años, sometidos a cirugía abdominal alta fueron seleccionados para anestesia peridural torácica (T7-T8) con ropivacaína a 0,2% (1,5 ml.kg-1). Fueron divididos aleatoriamente en dos grupos: Propofol (infusión de propofol) y Sufentanil (infusión de propofol más sufentanil 1 µg.kg-1). Los ritmos de infusiones de propofol fueron de 20 y 10 mg.kg-1.h-1 en los grupos Propofol y Sufentanil, respectivamente, ajustadas de modo a mantener la presión arterial cerca de 20% de los valores pré-inducción e interrumpidas 10 a 15 minutos antes del final estimado de la cirugía. La recuperación pós-anestésica fue evaluada a través de una escala modificada de Aldrete-Kroulik y sedación evaluada a través de una escala de 5 puntos. RESULTADOS: Dos niños de cada grupo fueron excluidos por problemas técnicos. El ritmo de infusión fue significativamente menor en el grupo Sufentanil en relación al grupo Propofol durante 100 minutos después del inicio de la cirugía. Los tiempos para extubación y transferencia para la sala de recuperación pós-anestésica (SRPA) fueron significativamente menores en el grupo Propofol, sin embargo, la intensidad y duración de la sedación fueron mayores en ese grupo en relación al grupo Sufentanil. Los escores de recuperación fueron similares en los dos grupos. Después de 3 horas en la SRPA, todos los pacientes habían llegado a los criterios de transferencia para las enfermarías. Hipotensión arterial transitoria fue observada en 2 pacientes del grupo Sufentanil. CONCLUSIONES: La combinación de la anestesia peridural torácica continua con ropivacaína a 0,2% (1,5 ml.kg-1) asociada a la infusión de propofol promueve anestesia efectiva y segura para cirugías abdominales altas en niños. El ritmo de infusión de propofol y el tiempo de sedación fueron reducidos con la adición de sufentanil.BACKGROUND AND OBJECTIVES: Several anesthetic techniques have been proposed for different pediatric surgeries to promote postoperative analgesia, among other advantages. This study aimed at evaluating propofol infusion rate and postanesthetic recovery of children submitted to upper abdominal surgeries under epidural anesthesia with 0.2% ropivacaine associated to general anesthesia with propofol or propofol plus sufentanil. METHODS: Participated in this study 26 children physical status ASA I, II and III, aged 0 to 4 years, were scheduled to upper abdominal surgeries under thoracic epidural anesthesia (T7-T8) with 0.2% ropivacaine (1.5 ml.kg-1). They were randomly distributed in two groups: Propofol (propofol infusion) and Sufentanil (propofol infusion plus 1 µg.kg-1 sufentanil). Propofol infusion rates were 20 and 10 mg.kg-1.h-1 for the Propofol and Sufentanil groups, respectively, adjusted to maintain blood pressure in approximately 20% of baseline values and withdrawn 10 to 15 minutes before estimated surgery completion. Postanesthetic recovery was evaluated by a modified Aldrete-Kroulik scale and sedation was evaluated by a 5 grade score. RESULTS: Techical difficulties excluded two children of each group. Infusion rate was significantly slower in the Sufentanil group as compared to the Propofol group during 100 minutes after beginning of surgery. Time for extubation and referral to post-anesthetic recovery unit (PACU) was significantly shorter for the Propofol group, however sedation intensity and duration were longer in this group as compared to Sufentanil group. Recovery scores were similar for both groups. Three hours after PACU admission all patients were meeting criteria to be transferred to the ward. Transient arterial hypotension was observed in 2 Sufentanil group patients. CONCLUSIONS: Continuous thoracic epidural anesthesia with 0.2% ropivacaine (1.5 mg.kg-1) associated to propofol infusion provides effective and safe anesthesia for upper pediatric abdominal surgeries. Propofol infusion rate and sedation duration were decreased with the association of sufentanil.

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