Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
AVALIAÇÃO RETROSPECTIVA DA INCIDÊNCIA DE AUTO-EXCLUSÃO DE DOADORES, CORRELAÇÃO COM A OCORRÊNCIA DE SOROLOGIA NÃO-NEGATIVAS E TAXA DE RETORNO DOS MESMOS NO BSST – PETRÓPOLIS/ RJ NOS ANOS DE 2020 - 2023: ANÁLISE COMPARATIVA
Abstract
Introdução: Apesar dos grandes avanços terapêuticos da medicina, o tratamento para diversas enfermidades com infusão de componentes celulares do sangue, segue sendo uma necessidade sem substituto sintético. A obtenção desses hemocomponentes ocorre exclusivamente através da doação humana voluntária, gerando que o foco na obtenção de um sangue seguro siga sendo um ponto frágil nos centros produtores. Entende-se a estratégia da auto-exclusão voluntária como uma ferramenta de segurança. O entendimento desta pelo doador de forma clara é essencial para que não haja desperdício de sangue de forma desnecessária nem seu uso de forma imprudente. Esse ponto, segue sendo um desafio permanente para a gestão dos Centros de produção e sua captação, principalmente porque dados apontam que apenas 1,8% da população brasileira é doadora de sangue, enquanto seria necessário que em torno de 3 a 5% da população o fosse para se atender a demanda transfusional regular. Objetivo: Analisar a incidência, ao longo dos últimos 4 anos, dos votos de autoexclusão no BSST, correlacionar estes aos resultados sorológicos não negativos, perfil desses doadores e seu retorno para doação. O BSST está localizado em uma cidade da região serrana do Rio de Janeiro com aproximadamente 300.000 habitantes. Metodologia: Foram avaliados, retrospectivamente, a incidência dos votos de autoexclusão de 2020, 2021, 2022, 2023 e sua correlação com sorologias não-negativas, retorno desses doadores e seu perfil. Resultados: Ocorreram 93 votos de auto-exclusão: 47 em 2020 (incidência 0,23%); 30 em 2021(0,14% incidência); 12 em 2022 (0,07% incidência) e 4 em 2023 (0,02% incidência). Desses doadores 39 eram do sexo feminino (41,93%). Do total de doadores 47% não retornaram mais e destes, 3 possuiam sorologia positiva para sífilis (que foram as únicas reagentes em todos esses eventos analisados. Retornaram para doação 36,5% (dos quais 61,7% eram do sexo feminino) e 32,25% retornaram para doação mais de 2 vezes, e nenhuma delas sofreu descarte subjetivo pela triagem, nem apresentaram sorologias reagentes na triagem sorológica. A média da incidência de sorologia não negativa nesses anos foi de 1,25% (1,19% - 1,35%). Discussão: A incidência de 0,23% no ano de 2020, gerou uma avaliação das possiveis causas e perfis dos doadores que estariam gerando esse resultado sem concordância com resultados sorológicos. Assim, entendeu-se que a não compreenão poderia ser o ofensro e com isso criou-se ação com os colaboradores da Triagem e coleta para odesenvovimento de orientação do objetivo da realização da auto-exclusão e dessa forma, foi observado diminuição progressiva na incidência sem aumento da ocorrência da triagem sorológica. Conclusão: Acreditamos que modificar a nossa forma de comunicação ao explicar a finalidade do voto de auto-exclusão foi de importância para esses resultados, demonstrando que a falta de compreensão era o prinicipal ofensor, já que a diminuição da ocorrência do voto de auto-exclusão não gerou aumento na incidência sorológica.