UNINGÁ Review (Sep 2019)
PARAMIXOVIROSE AVIÁRIA: RELATO DE CASO
Abstract
A paramixovirose aviária é uma doença viral de distribuição mundial, altamente contagiosa, que acomete aves de diferentes espécies, sendo responsável por surtos devastadores relatados em diferentes partes do mundo. O Paramixovírus Aviário (APMV), agente etiológico da doença, é um vírus envelopado, classificado em doze espécies (APMV 1 a APMV 12), sendo a espécie APMV 1 a mais patogênica, responsável pela Doença de Newcastle. O vírus pode infectar células de diversos sistemas, principalmente de sistema respiratório, gastrointestinal e nervoso. A replicação viral ocorre no citoplasma das células hospedeiras, podendo produzir corpúsculos de inclusão intracitoplasmáticos. A infecção tem efeito citolítico, culminando com destruição tecidual. Tendo em vista a importância da infecção viral, este estudo teve como objetivo relatar um caso de infecção por APMV em ave doméstica da espécie Nynphicus hollandius (calopsita), 1,7 ano de idade, macho, 90g, encontrada morta em sua gaiola. No dia anterior à morte, a ave apresentava apatia, penas arrepiadas, polidipsia, hiporexia, perda de peso, diarreia e alimento não digerido nas fezes. Nenhuma outra ave do plantel apresentou sinais clínicos. No exame histopatológico foram observadas áreas de hemorragia moderada, infiltrado de linfócitos e macrófagos, destacamento da camada córnea em alguns locais e corpúsculos de inclusão eosinofílicos intracitoplasmáticos, além de hifas fúngicas e colônias bacterianas intralesionais (provável infecção secundária). A associação dos sinais clínicos, lesões de necropsia e os achados histopatológicos foram compatíveis com infecção por APMV, gênero Avulavirus. Embora seja uma doença de suma importância para as aves, a variedade e gravidade de sinais clínicos e o surgimento e a disseminação de novas cepas tornam o diagnóstico e o controle da doença desafiador. Uma vez que Psitacídeos e outras aves domésticas podem atuar como reservatórios do vírus e eliminá-lo por longos períodos sem apresentarem manifestações clínicas, nosso relato reforça a necessidade de investigação viral em aves pet para melhor controle da doença.