Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANÁLISE DE SOBREVIDA DE PACIENTES ADULTOS PORTADORES DE LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA PROVENIENTES DE UM HOSPITAL EM FORTALEZA

  • BMD Nogueira,
  • FMCP Pessoa,
  • IV Barreto,
  • RM Ribeiro,
  • KMC Albuquerque,
  • DS Oliveira,
  • GS Lopes,
  • MEA Moraes,
  • MOM Filho,
  • CA Moreira-Nunes

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S308 – S309

Abstract

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Objetivo: A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu em 2022 diretrizes para a estratificação de risco de pacientes adultos portadores de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) de acordo com aspectos clínicos, imunofenotípicos, citogenéticos e moleculares.Este estudobuscou avaliar a estratificação de risco juntamente com o desfecho clínico de pacientes portadores de LLA. Metodologia: Mediante aprovação do comitê de ética da Universidade Federal do Ceará (UFC) (Nº4.798.575), foi conduzido um estudo prospectivo com a análise de prontuários de um grupo de 40 pacientes adultos, originários do estado do Ceará, que foram atendidos no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) durante o período compreendido entre Julho de 2021 e Maio de 2023. Todos esses pacientes tiveram seus prontuários e cariótipos analisados, e posteriormente foram estratificados com base nos critérios estabelecidos pela OMS. A análise dos dados foi empregada após a obtenção de consentimento informado através da utilização de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para análise estatística, foi utilizado o teste de sobrevida de Kaplan-Meier, adotando um nível de significância de 95% (p < 0,05). Resultados: No decorrer do período do estudo, um total de 40 pacientes diagnosticados com LLA foram incluídos no presente estudo, dos quais 35 (87,5%) correspondiam ao tipo B e 5 (12,5%) ao tipo T. Os pacientes apresentam idades que variam entre 18 e 90 anos, com uma média etária de 42 anos. A faixa etária de 20-39 anos apresentou o maior número de casos diagnosticados. Do total de pacientes, 17 (42,5%) foram categorizados apresentando risco padrão, enquanto 23 (57,5%) foram classificados como risco adverso. Avaliando o total de pacientes, 11 (27,5%) evoluíram ao óbito e 29 (72,5%) permanecem vivos até a conclusão do presente trabalho. Dos pacientes que evoluíram a óbito, 3 (27,28%) são classificados como risco padrão e 8 (72,72%) como risco adverso. O teste estatístico de Kaplan-Meier foi aplicado com o intuito de avaliar a sobrevida entre os grupos de pacientes estratificados de acordo com a classificação de risco e sua evolução ao óbito, porém não revelou uma correlação estatisticamente significativa (p = 0,2706). Discussão: Em relação a incidência de LLA, os resultados observados neste estudo diferem dos achados comuns. A prevalência de casos da doença costuma ser maior em pacientes do sexo masculino com idades ≥ 50 anos, porém na população estudada, a frequência de casos de LLA foi maior em pacientes do sexo masculino com idades entre 20-39 anos. A LLA em adultos costuma, de fato, apresentar-se de forma mais agressiva, conferindo piores prognósticos para os pacientes afetados. Além disso, trata-se de uma doença caracterizada por grande instabilidade genômica e, consequentemente, cariótipos bem alterados, o que justifica a classificação da maioria dos pacientes no grupo de risco adverso. Conclusão: Os resultados do presente estudo indicam que a taxa de sobrevida dos pacientes pode não estar diretamente associada somente à estratificação de risco, além de não parecer ter correlação com o desfecho clínico. A presença de outros fatores pode interferir nesse resultado.