Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Jan 2010)

Achados audiológicos em crianças com fenilcetonúria Audiologic findings in children with phenylketonuria

  • Patrícia Cotta Mancini,
  • Ana Lúcia Pimenta Starling,
  • Letícia Macedo Penna,
  • Camila Alexandra Vilaça Ramos,
  • Michelle Imaculada Otaviani Ferreira,
  • Maria Cecília Martinelli Iório

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-80342010000300012
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 3
pp. 383 – 389

Abstract

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OBJETIVO: Investigar a existência de alterações na audição de crianças com fenilcetonúria diagnosticadas e tratadas precocemente e comparar os resultados com os encontrados nas avaliações auditivas de crianças normais de mesma idade. MÉTODOS: Foram realizadas imitanciometria e audiometria tonal e vocal em 63 crianças, sendo 30 no grupo controle, com média de idade de 8,1 anos, e 33 com fenilcetonúria no grupo de estudo, com média de idade de 7,7 anos. O grupo de estudo foi subdividido em 15 crianças com controle adequado da dieta e 18 crianças com controle inadequado da dieta, com médias de idade 8,1 e 7,2, respectivamente. A análise estatística utilizou o Teste t ou ANOVA. RESULTADOS: A audiometria revelou 83,3% de crianças com audição normal no grupo controle e 16,7% de perdas auditivas condutivas uni ou bilaterais. No grupo com fenilcetonúria, 66,7% das crianças apresentaram audição normal e 33,3% com perdas auditivas condutivas. Na imitanciometria, observou-se curvas normais em 91,7% das crianças do grupo controle e em 72,7% das crianças do grupo com fenilcetonúria. Houve diferença na comparação entre grupos para limiares aéreos, reflexos estapedianos, limiares de recepção da fala e índice de reconhecimento de fala. Não foi observada diferença entre os resultados das avaliações auditivas de crianças fenilcetonúricas com dieta adequada e inadequada. CONCLUSÃO: As crianças com fenilcetonúria diagnosticadas e tratadas precocemente apresentaram piores limiares de audibilidade por via aérea, limiares de recepção de fala e índice de reconhecimento de fala evidenciados à audiometria tonal e vocal, quando comparadas com crianças normais.PURPOSE: To investigate the existence of hearing impairments in infants with phenylketonuria with early diagnose and treatment, and to compare the audiological findings with those of their normal peers. METHODS: Vocal and pure-tone audiometry and acoustic immitance tests were conducted in 63 children, 30 from a control group, with mean age of 8.1 years, and 33 from a study group, with phenylketonuria and mean age of 7.7 years. The study group was subdivided according to diet control: 15 subjects had adequate (mean age of 8.1 years) and 18 had inadequate diet control (mean age 7.2 years). Statistical analysis used t-test or ANOVA. RESULTS: Audiometry showed that, in the control group, 83.3% of the subjects had normal hearing, and 16.7% had uni- or bilateral conductive hearing loss. In the study group, 66.7% of the subjects presented normal hearing, and 33.3% had conductive hearing loss. Immitance measures showed normal results in 91.7% of the children from the control group, and in 72.7% of the subjects with phenylketonuria. Differences were found between the groups regarding hearing thresholds, acoustic reflexes, speech reception thresholds, and speech recognition. No differences were observed between the results of phenylketonuria subjects with adequate and inadequate diets. CONCLUSION: Children with phenylketonuria early diagnosed and treated presented worse conductive hearing thresholds, speech reception threshold and speech recognition when compared to their normal peers, as evidenced in pure-tone and vocal audiometry.

Keywords