Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO MIELOMA MÚLTIPLO NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 5 ANOS

  • ACDB Gomes,
  • FC Rosa,
  • GS Zveibil,
  • JA Ferreira,
  • MEBS Canto

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S411 – S412

Abstract

Read online

Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico do mieloma múltiplo (MM) nos últimos cinco anos no “Brasil”. Materiais e métodos: Estudo epidemiológico ecológico de série temporal a partir da coleta de dados de 2018 a 2022 no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/DATASUS). Foram estudadas o perfil epidemiológico do mieloma múltiplo através das seguintes variáveis: sexo, faixa etária e ano do diagnóstico, sendo avaliadas segundo cada região do Brasil. Utilizou-se o meio de estatísticas descritivas para a análise dos dados. Resultados: No período analisado, tiveram 18.224 diagnósticos no Brasil por mieloma múltiplo. O sexo mais acometido foi o masculino com 9.576, correspondendo a 52,54%. Em relação à faixa etária, a mais acometida foi a partir dos 45 anos, sendo a idade mais afetada entre 55 a 74 anos com 11.009 casos, sendo 60,40%. No que tange o ano de diagnóstico, desde o ano de 2020 houve um aumento do número de diagnósticos: 2020 (3.379), 2021 (3.828), 2022 (4.446) sendo o último o mais afetado, o qual corresponde a 24,39% dos casos. Em todas as variáveis analisadas a região Sudeste foi a mais afetada pela doença com 8.941 dos casos (49,06%), seguido da Nordeste com 4.017 (22,04%), Sul com 3.296 (18,08%), Centro-Oeste com 1.257 (6,89%) e Norte com 713 (3,91%). Discussão: O mieloma múltiplo possui distribuição mundial, sendo a segunda, mais comum entre as doenças “onco-hematológicas”, e é a doença maligna óssea primária mais comum. Nesse estudo epidemiológico, observando-se as variáveis analisadas é possível notar um aumento de casos nos últimos anos. Diante disso, é válido questionar se o aumento do número de casos em 2022 seria o natural da doença ou se o período pandêmico ocasionou atrasos no diagnóstico. Ademais, o estudo também destaca que o maior número de casos ocorreu no sexo masculino e em idades mais avançadas, o que está de acordo com o descrito nas literaturas. Ao observar os resultados, os números apresentados se tornam preocupantes quando analisados junto à taxa de mortalidade da doença entre 2018 a 2021 pelo DATASUS, em que teve uma redução no ano de 2019 para o de 2020, mas voltou a ter um crescimento no número de óbitos no ano de 2020 para 2021, gerando um questionamento sobre o diagnóstico precoce e um tratamento de qualidade para a doença e qual a influência da COVID-19 nessas informações. Conclusão: Os resultados obtidos contribuem para um maior conhecimento sobre o MM e revelam a necessidade de investimentos em políticas públicas, com profissionais mais capacitados de forma a ter mais diagnósticos precoce e tratamento adequado para controle da doença, evitando assim o desenvolvimento de complicações e desfechos ruins, como óbito.