Geologia USP. Série Científica (Dec 2012)
Aplicação da técnica de oxidação química in situ com permanganato de potássio para a remediação de um aquífero raso contaminado por solventes clorados
Abstract
A oxidação química in situ é um método de remediação que vem sendo empregado em áreas contaminadas de forma cada vez mais frequente, por apresentar uma eficiência satisfatória na redução da massa de contaminantes, particularmente etenos clorados, durante um período de tempo relativamente curto. Este artigo apresenta os resultados da aplicação da técnica de oxidação química com injeção de permanganato de potássio para a remediação de uma área impactada por compostos organoclorados, principalmente o 1,1-dicloroeteno. A efetividade deste método de remediação está relacionada com a complexidade do modelo conceitual da contaminação e com a realização de estudos específicos em laboratório e em escala de teste-piloto no campo, antes propriamente da realização das atividades em escala de remediação. Neste sentido, este trabalho contribui apresentando uma descrição dos procedimentos que são utilizados para a realização de estudos desta natureza. No caso em estudo, estimou-se que o 1,1-dicloroeteno teve sua massa reduzida de 15,53 para 1,81 kg no aquífero, após 22 meses da realização das atividades de aplicação do agente oxidante em nível de remediação. As concentrações médias na água subterrânea foram reduzidas de 200 para 24 µg/L, sendo esta inferior ao limite do padrão ambiental e à meta de remediação calculada por avaliação de risco. Repiques significativos da contaminação não foram identificados no local após a injeção do oxidante químico. Foi avaliado que o resultado favorável da remediação neste caso pode estar relacionado pela associação da baixa heterogeneidade relativa do aquífero com as baixas concentrações originais do contaminante.