Sur le Journalisme (Dec 2013)
Veulent-ils encore une carte de presse ? Les jeunes journalistes de Belgique francophone
Abstract
Cet article questionne les formes identitaires développées par les jeunes journalistesbelges lorsque se pose à eux la question de la possession de la carte de presse. La méthodologie s’appuie sur une étude descriptive du profil professionnel des jeunes journalistes et sur des entretiens non directifs menés auprès de journalistes, encartés ou non, ayant moins de cinq ans d’ancienneté. Il apparaît qu’une part importante d’entre eux ne répond plus, et ce durant une période de plus en plus longue, aux critères stricts d’obtention de la carte de presse tels que définis par les autorités belges. La carte de presse est par conséquent souvent sollicitée après l’insertion effective sur le marché du travail. Ceci peut s’expliquer par la précarisation des conditions d’insertion dans le groupe professionnel des journalistes. La montée de la précarisation au sein des médias d’information générale est une des hypothèses explicatives du décalage fréquemment constaté entre les formes identitaires traditionnelles, attachées à la carte de presse, et celles des jeunes journalistes, dominées par la figure de l’individu précaire, flexible et substituable en dépit d’une vocation affichée. Les entretiens mettent cependant en évidence un discours ambivalent où une rhétorique d’indifférence, de questionnement, voire de rejet par rapport à tout document se donnant un pouvoir d’authentifier qui est journaliste et qui ne l’est pas, côtoie un discours de conciliation et d’adhésion, mettant en avant la force symbolique de cette carte et la forme d’aboutissement identitaire que sa délivrance continue d’incarner. Il est significatif de noter que les instances d’agréation adaptent leurs pratiques, plus que leurs discours, à ces nouvelles situations professionnelles et aux identités qui en découlent : la délivrance de la carte de presse se fait de plus en plus au cas par cas, et avec une certaine souplesse par rapport aux critères légaux tels que le profil de l’employeur, le montant des revenus et l’exercice du métier à temps plein.This paper analyzes the identity forms developed by young Belgian journalistswhen considering whether or not to obtain their press card. We observe that a large number of these young journalists do not fulfil the strict criteria for obtaining their press card as defined by the Belgian authorities. Also, the period of time before they actually fulfil these criteria is constantly increasing. Hence, the press card cannot be considered the birth certificate of journalists anymore, as it is frequently applied for after significant work experience. We conjecture that this fact can be related to the precarity of the work conditions of journalism professionals. We met with twenty-five young journalists (with less than five years seniority): some of whom already have a press card, while one-third of them don’t want, or haven’t asked for, press accreditation. The rise of precariousness among Belgian journalists, especially the youngest ones, is one possible cause of the increasing gap between the values the press card is supposed to represent, and the actual values promoted by young journalists as influenced by the precarity, flexibility, and replaceability of their job, despite their claimed vocation. Yet, interviews also put forward an ambivalent position between the lack of interest in, or even rejection of, administrative documents acknowledging the “journalists” that they are not (yet), and a more supportive view highlighting the symbolic strength of this card and the achievement it represents in establishing their identity. We have also noticed that the Belgian Federation of French-Speaking Journalists have adapted the way in which they award the press card as a result of the large number of unusual professional identities. Criteria like part or full-time employment, employer’s editorial profile, and salary are taken into account differently than before. Working as a full-time journalist in a broadcast medium is no longer the only criterion to obtain a press card. This evolution reflects the new journalistic identities, but above all, the deep transformation of the Belgian labour market.O objetivo desta comunicação é analisar as formas de identidade desenvolvidaspelos jovens jornalistas belgas quando se é colocada a questão da posse da carteira profissional de jornalista. A metodologia se apoida sobre um estudo descritivo do perfil profissional dos jorvens jornalistas e sobre entrevistas não diretivas realizadas com jornalistas, detentores da carteira profissional ou não, com menos de cinco anos. Observa-se que uma parte significativa não atendeu, mesmo durante um longo período de tempo, aos critérios para obtenção da carteira profissional definidos pelas autoridades belgas. O carteira de imprensa não é mais do que a certidão de nascimento do jornalista e, frequentemente, é solicitada muito tempo após a inserção efetiva no mercado de trabalho. Isto é explicado pela precarização das condições de integração ao grupo profissional dos jornalistas. O crescimento da insegurança trabalhista na mídia de informação geralmente é uma das hipóteses da instabilidade frequente entre as formas identitárias tradicionais, associadas à carteira profissional de imprensa, em comparação a dos jovens jornalistas, dominados pela figura do indivíduo em situação precária, flexível e substituível, apesar de uma evidente vocação. As entrevistas colocam em evidência um discurso ambivalente em que uma retórica de indiferença, questionamento ou rejeição em relação ao poder do documento em autentificar quem é jornalista e quem não é, expondo a força simbólica desta carteira profissional e a forma de identitária que isso continua a representar. É significativo perceber que as instâncias de agregação adaptam suas práticas, mais que seus discursos, a essas novas situações profissionais e as identidades resultantes: a emissão da carteira profissional está crescendo e com alguma flexibilidade em relação aos critérios legais, como o perfil do empregador, o valor da renda e o tempo de exercício da profissão.