Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

SOBREVIDA GLOBAL DE PACIENTES COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA ACOMPANHADOS NA UNIDADE DE HEMATOLOGIA DO HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA

  • IL Pontes,
  • MS Cidrão,
  • JBSC Cidrão,
  • FET Filho,
  • FM Cunha,
  • DS Oliveira,
  • FAC Silva,
  • KMC Albuquerque,
  • LA Gurgel,
  • RM Ribeiro

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S285 – S286

Abstract

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Introdução/Objetivos: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é uma das enfermidades mais comuns em pacientes pediátricos e que, classicamente, possui desfechos inferiores em pacientes adultos, especialmente pelos piores marcadores citogenéticos nessa população. Desse modo, é vital que os serviços públicos possam dispor de dados sobre o desfecho de seus pacientes para avaliar os fatores que possam interferir nos resultados clínicos. Material e métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, utilizando dados dos internamentos de pacientes na unidade de Hematologia do Hospital Geral de Fortaleza do período de 03/08/2015 a 19/07/2023. Os dados foram expressos em termos de mediana (intervalo interquartil - IQR). Foram utilizados testes não paramétricos para avaliação de variáveis não pareadas. Para a avaliação de chance de sobrevida foi utilizado o método de Kaplan-Meier, bem como modelo de regressão de Cox. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p-valor < 0,05. Resultados: No transcurso do período avaliado foram internados 53 pacientes com LLA, dos quais 54,7% eram do sexo masculino. A mediana de idade foi de 31 anos (IQR: 25-50). 38,4% das LLAs do tipo B possuíam BCR-ABL1, 26,4% das LLAs eram do tipo T. Os protocolos utilizados durante esse período de avaliação foram o HYPERCVAD, CALGB8811 e CALGB9511. Em pacientes com BCR-ABL1 positivo ou cariótipo com translocação 9;22 foi associado o inibidor de tirosina kinase. Em pacientes com CD20 positivo e que foram diagnosticados a partir de fevereiro de 2023, foi associado o rituximabe. Durante o período de indução, houve uma taxa de 58,5% de pacientes que entraram em remissão. A mediana de sobrevida foi de 10,7 meses (IQR: 5,1-16,9). O transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas prolongou a sobrevida de pacientes com LLA em 10,8 meses (p-valor < 0,05). Discussão: Os resultados apresentados demonstraram maior presença de pacientes com LLA B Ph positivo e de LLA T, o que pode ter interferido na elevada taxa de não atingimento de remissão completa após a quimioterapia de indução. A mudança de protocolos durante os anos de avaliação podem dificultar a comparação adequada dos dados de modo longitudinal; no entanto, o efeito do transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas na melhoria das chances de sobrevida dos pacientes analisados ressalta a importância dessa modalidade de tratamento em nosso serviço. Conclusão: o manejo de pacientes com LLA, especialmente com a dificuldade de acesso à imunoterapia ou a drogas indisponíveis no mercado brasileiro, ressalta a importância do controle da LLA com a utilização do transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas, como demonstrado pela melhor chance de sobrevida nesses pacientes.