Acta Amazonica (Sep 1978)

Produção de sons em Doradídeos e Auchenopterídeos (Siluriformes, Pisces)

  • Gerald Kastberger

DOI
https://doi.org/10.1590/1809-43921978083455
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 3
pp. 455 – 468

Abstract

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Resumo Este trabalho apresenta os diferentes modos da produção de sons em Doradidae e Auchenopteridae (Siluriformes, Pisces). Isso está estreitamente relacionado aos resultados das observações no campo e das investigações eletrofisiológicas realizadas no INPA, Manaus (agosto 1975 — fevereiro 1976). 1 O aparelho tamborilador nos Doradideos: Doras, Megalodoras (Bacu) e Oxydoras (Cuiú-Cuiú) consiste em uma mola óssea (Ramus Mülleri ou Springfeder), dos músculos tamboriladores e da exomembrana. Um ponto interessante destes gêneros é o fato da mola óssea e a exomembrana estarem firmemente ligados por um tendão muito forte Estas partes formam um sistema oscilatório composto. 2. Acanthodoras (Rabeca) e Trachycorystes (Cangati) não têm estes tendões entre a mola óssea e a exomembrana. 3. Os sons tamborilados de Doras e Oxydoras têm a freqüência fundamental de 60-90 Hz. Esta cota corresponde com a freqüência dos miogramas dos músculos tamboriladores durante a estimulação elétrica Um som tamborilado geralmente dura ca. 40-70 mseg 4. Os sons tamborilados de Acanthodoras (Rabeca) têm uma freqüência fundamental que pode exceder 250 Hz. Nas experiências eletrofisiológicas a freqüência dos miogramas não excede 170 Hz durante a estimulação elétrica. As durações dos sons tamborilados (ao serem segurados pela mão) correspondem às durações dos sons tamborilados causados sob estimulação elétrica da medula (100-200 mseg). 5 Os sons tamborilados de Trachycorystes (Cangati) têm a freqüência fundamental de mais ou menos 120 Hz que podem durar alguns segundos.