Revista de Gestão de Água da América Latina (Dec 2020)

INFLUÊNCIA DA URBANIZAÇÃO NA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL DE BOA VISTA, RORAIMA, AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Andréa Cristina Sant'Ana,
  • Marcos José Salgado Vital,
  • Henrique Eduardo Bezerra da Silva

Journal volume & issue
Vol. 16, no. 2019

Abstract

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O crescente processo de urbanização da cidade de Boa Vista (Roraima) vem interferindo sobremaneira na conformação natural do rio Branco e de seus afluentes. Determinar a influência da urbanização na qualidade da água superficial que abastece esta cidade é imprescindível para realizar uma melhor gestão pública dos recursos hídricos locais. Desta forma, foram estabelecidos 18 pontos de coleta de água distribuídos ao longo do rio Branco e de seus principais afluentes. As coletas tiveram periodicidade mensal (janeiro a junho/2006). Os parâmetros de qualidade de água utilizados como variáveis independentes foram: demanda bioquímica de oxigênio, cloreto, nitrato, sólidos totais dissolvidos, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, alcalinidade, potencial hidrogeniônico, temperatura, turbidez e coliformes termotolerantes. Índice de Qualidade da Água (IQA) e técnicas de análise multivariada (Análise de Componentes Principais – PCA e Análise Hierárquica de Cluster – HCA) indicaram uma separação clara entre os pontos de coleta, formando três grupos: (i) “G1” com bom nível de qualidade, situado fora do ambiente urbano, (ii) “G2” com nível médio de qualidade, próximo ao ambiente urbano e com presença de balneários públicos e (iii) “G3” com nível de qualidade muito ruim, inserido no ambiente urbano. As variáveis responsáveis por esse agrupamento foram demanda bioquímica de oxigênio, condutividade, sólidos totais dissolvidos, nitrato, cloreto e coliformes termotolerantes. Houve a indicação de que a poluição por esgoto é a principal responsável pela diminuição da qualidade da água superficial. Informações desta natureza são passos importantes no entendimento do impacto da urbanização sobre os recursos hídricos locais e são base para a construção de políticas públicas que mitiguem os impactos negativos da expansão urbana sem planejamento.

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