Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

PERFIL DE PACIENTES ATENDIDOS PARA REABILITAÇÃO PÓS COVID-19 EM CENTROS DE REABILITAÇÃO DA REDE SARAH

  • Ana Claudia Paradella,
  • Alfredo Carlos da Silva,
  • Roberta Correa Macedo,
  • Ana Karla Mendonça Vasconcelos,
  • Valéria Bastos Muniz,
  • Matheus Falcão Barros,
  • Elaine Netto,
  • Cruiff Emerson Pinto da Silva

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 102937

Abstract

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Introdução: Manifestações neurológicas relacionadas à COVID-19 são prevalentes e uma parcela dos pacientes acometidos apresentam sintomas que persistem além de 12 semanas, com impacto na qualidade de vida, caracterizando a “COVID longa”. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico e relatar a prevalência de queixas cognitivas, emocionais e motoras de pacientes atendidos nos Hospitais da Rede SARAH de Reabilitação em Salvador-BA e Fortaleza-CE. Métodos: Estudo multicêntrico, descritivo e observacional, de corte transversal, realizado por meio de revisão de prontuários eletrônicos dos pacientes atendidos nos Hospitais da Rede SARAH das cidades Salvador e Fortaleza, de março a setembro de 2021. Resultados: Participaram do estudo 611 pacientes (idade média de 53,4 anos), sendo 58,4% do sexo feminino. Três ou mais comorbidades foram relatadas por 38,6%, sendo hipertensão arterial (57,6%) a mais prevalente. Destacaram-se alterações neuropsiquiátricas (65,0%); da memória e da concentração (55,6%); dor (53,7%) e fadiga (51,6%) como principais sintomas persistentes. A maioria apresentava pontuação na Post COVID-19 Functional Status Scale (PCSF) maior ou igual a 2 (66,9%) e tinham 3 ou mais queixas persistentes (77,3%), sendo fadiga (55%) e dor (57,7%) as mais frequentes. Não houve associação entre severidade da infecção e status funcional reportado ao buscar a reabilitação. A maioria dos participantes avaliados não mostrava risco de queda pelo Timed Up and Go Test (TUG) (68,6%) e 93,9% (216) apresentavam velocidade de marcha média igual ou superior a 0.80 m/s. Analisando-se a severidade da COVID-19 com o TUG, identificou-se que pacientes que tiveram quadro grave ou crítico apresentaram risco moderado ou alto de quedas no teste (p = 0,02). Houve associação entre status funcional e velocidade de marcha (p = 0,01) e com a presença de fadiga como queixa persistente (p = 0,03). Conclusão: O estudo contribui para conhecer o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes que tiveram COVID-19, bem com os principais sintomas persistentes relacionados a COVID longa e o impacto na funcionalidade do indivíduo, para melhor definição da abordagem multidisciplinar e do plano de reabilitação.

Keywords