Ciência Rural (Feb 2010)

Urolitíase em cães: avaliação quantitativa da composição mineral de 156 urólitos Canine urolithiasis: quantitative evaluation of mineral composition of 156 uroliths

  • Mônica Kanashiro Oyafuso,
  • Márcia Mery Kogika,
  • Mariana Faraone Waki,
  • Christiane Seraphim Prosser,
  • Carolina Zaghi Cavalcante,
  • Vera Assunta Batistini Fortunato Wirthl

DOI
https://doi.org/10.1590/S0103-84782010000100017
Journal volume & issue
Vol. 40, no. 1
pp. 102 – 108

Abstract

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O estudo teve como objetivo avaliar os casos de urolitíase canina em que a composição mineral dos urólitos foi analisada quantitativamente. Foi avaliada quantitativamente a composição mineral de 156 urólitos obtidos de cães (nefrólitos, ureterólitos, urocistólitos e uretrólitos). Desse total, 79,5% (n=124) eram simples, 18% (n=28) eram compostos e apenas 2,5% (n=4) eram mistos. A estruvita foi o tipo mineral mais frequente nos urólitos simples (47,6%; n=59), em todos os mistos (100%; n=4) e nas camadas núcleo e pedra de urólitos compostos (32,1 e 75%, respectivamente). O oxalato de cálcio foi o segundo mineral mais frequente dos urólitos simples (37,9%, n=47). Ao contrário do que é preconizado para os urólitos simples, as recomendações para o tratamento de urólitos compostos são mais complexas, tais como protocolos de tratamento de dissolução diferentes (se composto por minerais distintos e passíveis de dissolução como urato e estruvita). Além disso, a dissolução pode não ser viável, caso ocorra presença de material insolúvel envolvendo o urólito ou se este representar mais de 20% da camada. Vinte e dois urólitos compostos (78,7%) apresentaram uma camada externa não passível de dissolução (oxalato de cálcio ou fosfato de cálcio); dois (7,1%) apresentaram camadas externas passíveis de dissolução (estruvita ou urato), porém camadas mais internas não solúveis, o que permitiria apenas a dissolução parcial do urólito. Assim, o conhecimento da composição de todas as camadas que compõem o urólito é essencial para o entendimento da formação do cálculo e consequentemente para a indicação do tratamento adequado, assim como para prevenção de recidivas.The aim of this study was to evaluate dogs with urolithiasis in which mineral composition of calculi was quantitatively analyzed. Quantitative mineral composition was performed in 156 canine uroliths. Simple uroliths represented 79.5% (n=124) of the cases, 18% were compound (n=28) and only 2.5% (n=4) of the calculi were mixed. Struvite was the most frequent mineral type of simple uroliths (47.6%; n=59) as well as in all mixed (100%; n=4) and in the core and stone uroliths (32.1% and 75%, respectively). Calcium oxalate was the second more frequent mineral composition of simple uroliths (37.9%; n=47). Unlike simple uroliths, recommendation for the treatment of compound uroliths is more complex, and diet protocols for calculi dissolution may be different when the calculus is composed by different minerals that are possible to be dissolved (e.g. urate and stuvite). Besides, dissolution may not be feasible if it occurs in presence of insoluble material involving urolith or if it represents more than 20% of the layer. Twenty two compound uroliths (78.7%) presented an external layer that was not possible to be dissolved (calcium oxalate or calcium phosphate); two calculi (7.1%) had superficial layers dissolvable (struvite or urate), but inner layers were not soluble, which allowed only partial dissolution of urolith. Knowledge of all urolith layers mineral composition is essential for the understanding of calculus formation and for the adequate treatment indication as well as for the procedures to prevent recurrence.

Keywords