Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DE PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL DE CAMPANHA COM RT-PCR POSITIVO PARA COVID-19 DURANTE O PERIODO DE 1 ANO

  • Juliana Lopes Dona,
  • Cristielly Guimarães Franco,
  • Najara Queiroz Cardoso,
  • Andryelle Cynthia de Jesus Martins,
  • Fernanda Fortaleza Santos Silva,
  • Kellyane Ramos,
  • Marina Macarenhas Pedrosa Roriz

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 101783

Abstract

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Introdução: Desde dezembro de 2019, os sistemas de saúde em todo o mundo enfrentam a pandemia causada pela Sars-Cov-2. A pandemia começou na China e se espalhou pelo mundo. Este novo coronavírus tem alta capacidade de transmissão e elevada letalidade em pessoas com mais de 60 anos e com fatores de risco (obesidade, diabetes e hipertensão arterial sistêmica, entre outras). Desta forma, varios são os questinamentos sobre as diferenças nos aspectos epidemiológicos da doença e sua apresentação em pacientes de acordo com sexo, idade e comorbidades. Objetivos: Analisar e definir os principais fatores epidemiológicos relacionados a sexo, idade, comorbidades e mortalidade em pacientes com diagnóstico de infecção por COVID-19 confirmada por teste molecular de RT-PCR detectado. Método: Estudo de coorte retrospectiva realizado por meio da análise de banco de dados do sistema de vigilância epidemiológica e vigilância ativa de IRAS de um hospital referência em tratamento de doentes infectados pelo Sars-Cov-2 na cidade de Goiânia, no período de um ano (01/04/2020 até 31/03/2021). Resultados: No período analisado, 3337 pacientes foram internados e tiveram o diagnóstico confirmatório de infecção por Sars-Cov-2 através de RT-PCR, destes 1953(58,52%) eram homens e 1385(41,50%) eram mulheres. A média de idade foi de 59,43 anos. Dentre as comorbidades, 51,37% dos pacientes não tinham nenhuma comorbidade relatada e 61,73% apresentavam uma ou mais comorbidade, sendo as principais hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagismo, doenças pulmonares e cardiopatias. O tempo médio de internação, foi de 11,49 dias, aumentando para 15,71 dias para aqueles pacientes que necessitaram de suporte ventilatório invasivo. Quanto a taxa de mortalidade, 30,05% de todos os pacientes do estudo evoluiram para óbito, aumentando para 80,91%quando avaliados os pacientes em ventilação mecânica. Conclusão: Os dados analisados são equivalentes a outros estudos brasileiros realizados em pacientes com COVID-19, e mostram que trata-se de uma doença com difícil manejo, com pior prognóstico quando relacionada a algumas comorbidades específicas, aumentando consideravelmente a taxa de letalidade quando avaliados os pacientes que necessitaram de ventilação mecânica invasiva. Desta forma, concluimos que é de fundamental importância a realização de medidas precoces, com tratamentos eficazes principalmente para pacientes avaliados como potencialmente graves.