Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (Dec 2023)

Pessoa com insuficiência cardíaca na Região Centro de Portugal: o seu contexto em 2022

  • Sara Pinto,
  • Raúl Garcia,
  • Melanie Freitas,
  • Linda Costa,
  • Joana Rita Matos,
  • Sara Rodrigues,
  • José Francisco Neves,
  • Luís Fonseca,
  • Luís Azevedo Azevedo,
  • Helder Balouta,
  • Vera Ferreira,
  • Sandra Cunha,
  • Maria João Magalhães,
  • Cláudia Sofia Rodrigues,
  • Beatriz Frias Lopes ,
  • João Toste Pestana,
  • Luiz Miguel Santiago

DOI
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i6.13721
Journal volume & issue
Vol. 39, no. 6

Abstract

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Objetivo: Estudar as características de contexto das pessoas com insuficiência cardíaca da Região Centro de Portugal e a maneira como o diagnóstico foi feito. Método: Estudo observacional transversal em amostra representativa e aleatória de pessoas sofrendo de insuficiência cardíaca (PCIC), em 2022, com dados em anonimato de unidades de saúde em cuidados de saúde primários (CSP) convidadas em conveniência na Região de Saúde do Centro. Para cada PCIC estudaram-se: sexo, idade, número de problemas crónicos de saúde, índice de Graffar, tipo de família, formação académica, economia familiar, calculando-se o Socioeconomic Deprivation Index (SEDI) e o modo de realização do diagnóstico. Realizou-se estatística descritiva, inferencial adaptada e correlacional. Resultados: Em amostra de n=350 PCIC, 151 (43,1%) do sexo masculino, 84,0% em classes Graffar média e média-baixa, 61,8% com formação académica baixa e 44,0% com insuficiência económica, o valor médio de SEDI foi de 4,3 [3 a 6], verificou-se multimorbilidade em 97,4%, média de 9±4 problemas crónicos de saúde, bem como diferenças significativas entre sexos quanto ao tipo de família, formação académica, economia familiar, idade, nível SEDI, data de diagnóstico e ano da primeira ecocardiografia registada, piores e com mais tempo no sexo feminino. Verificaram-se correlações fracas, mas significativas (ρ=0,156, p=0,003), entre a idade e o número de doenças crónicas e entre a data de diagnóstico de IC e o ano da primeira ecocardiografia registada (ρ=0,375, p<0,001). Discussão: Adequados conhecimento e gestão das variáveis de contexto das PCICs podem e devem ser consideradas pelos médicos por influenciarem o curso da doença, o prognóstico e os custos para as PCIC, suas famílias e serviços de saúde. Conclusão: As PCICs da Região Centro de Portugal Continental são idosas, com multimorbilidade, com estatuto socioeconómico desfavorável e formação académica baixa. O diagnóstico foi confirmado sobretudo por ecocardiografia.

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