Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

ID070 Promoção de ATS pelo Ministério da Saúde - estudo randomizado de custo-efetividade da cirurgia robótica em oncologia

  • Antônio José Rodrigues Pereira,
  • Ricardo Zugaib Abdalla,
  • Silvia Kobayashi,
  • Fábio Augusto Rodrigues Goncalves,
  • Evelinda Trindade,
  • Ivan Cecconello,
  • Ulysses Ribeiro Junior,
  • Rubens Antônio Aissar Sallum,
  • Flávio Takeda,
  • Júlio Mariano da Rocha,
  • Marcos de Oliveira Tacconi,
  • Ulysses Ribeiro Júnior,
  • Osmar Kenji,
  • Antonio Rocco Imperiale,
  • Marcus Kodama,
  • Caio Sérgio Nahas,
  • Guilherme Cotti,
  • Carlos Frederico Sparapam Marques,
  • Diego Fernandes Maia Soares,
  • Alexandre Silva e Silva,
  • João Paulo Mancusi de Carvalho,
  • Marco Aurélio Kulcsar,
  • William Carlos Nahas,
  • Rafael Coelho,
  • Anuar Ibrahim Mitre,
  • José Roberto Colombo,
  • Claudio Bonovolenta Murta,
  • Daher Cezar Chade,
  • Luiz Carlos Neves de Oliveira,
  • José Pontes Junior,
  • Adriano João Nesrallah,
  • Guilherme Philomeno Padovani,
  • Marcelo Bento Linhares,
  • Matheus Chaib ,
  • Daniel Kanda Abe,
  • Ricardo M Terra,
  • Paulo Pego,
  • Pedro Henrique Xavier Nabuco de Araujo,
  • Letícia Leone Lauricella ,
  • Herbert Felix Costa

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.59
Journal volume & issue
Vol. 9, no. s. 1

Abstract

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Introdução O Ministério da Saúde, MS, vem adquirindo inovações promissoras e controvertidas e as testando mediante estudos controlados em polos de referência da Rede SUS. Apresenta-se o exemplo da aquisição de um robô cirúrgico visando avaliar segurança, efetividade e sua relação de custo-efetividade em um UNACON. Métodos Estudo controlado randomizado por blocos conforme os tipos de cirurgia de câncer contratualizados pelo MS nas especialidades de gastroenterologia, ginecologia, cirurgias de cabeça e pescoço, urologia e pneumologia. Casuística: portadores de neoplasias com indicação cirúrgica e elegíveis para as três técnicas cirúrgicas em estudo, i.e., cirurgia aberta, videolaparoscopia e videolaparoscopia robótica, informados e concordaram com o protocolo assinando o TCLE, foram randomizados. O protocolo delineado (NCT02292914/ ClinicalTrials.gov) foi executado segundo as Diretrizes Metodológicas/Avaliação Econômica do MS, com micro-custeio operacional. Os custos de treinamento, de aquisição de capital, de manutenção etc. e custos indiretos, foram excluídos. Instrumentos validados foram usados para comparar benefícios funcionais e qualidade de vida por 36 a 60 meses. Resultados Oito cirurgias de câncer foram avaliadas em 783 pacientes randomizados, (4 de gastroenterologia, 1 ginecologia, 1 de cabeça e pescoço, 1 urologia, e 1 pneumologia) nos 3 Grupos: Robô (n = 421), Videolaparoscopia (n = 173) e Convencional-Aberta (n = 189), Idade Média±DP de 62±9 anos e IMC 27,6±5,4 kg/m2, no ICESP/HCFMUSP entre 2014 e 2021, com impacto da pandemia COVID no seguimento. A distribuição absoluta dos custos dos controles (laparoscópicos, exceto prostatectomias vs. cirurgia aberta) e das diferenças médias incrementais pela robótica e desvios de dias de internação no período pós-operatório e de custos totais foi de Esofagectomias (R*n=21) -3,6 dias de internação e incremento de R$ 15.691,08± R$ 4.252,56 comparado aos 22/lap internados por 20,3±7,4 dias e custo de R$ 50.998,44± R$ 14.601,45; Gastrectomias (*n=20) -0,2 dias e incremento de R$ 14.644,03± R$ 1.758,44 vs. 24/ lap com 11,5±4,1 dias e custaram R$ 22.303,28± R$ 5.526,34; Reto (*n=24) -1,1 dias e mais R$ 7.642,08± R$ 1.959,34 vs. 24/lap com 10,0±2,5 e custo R$ 24.997,87± R$ 5.296,93; Pancreatectomias (*n=29) com 7,8±1,2 dias de internação e custaram R$ 23.901,79± R$ 3.785,65 sem controles; Histerectomias (R*n=43) com +0,1 dia adicionou R$ 9.141,37± R$ 744,27 vs. 42/lap com 3,3±1,3 dias e custo de R$ 22.025,58± R$ 10.054,45; Cabeça & Pescoço (*n=36) -2,5 e incrementou R$ 1.631,66± R$ 1.530,95 vs. 55/videolap com 7,3±5,4 dias e custo R$ 18.463,00± R$ 8.872,60; Prostatectomias (*n=169) -0,7 dias e mais R$ 9.660,99± R$ 3.305,69 que as 167/abertas com 3,7±0,9 dias e custo de R$ 8.989,73± R$ 1.909,38; e, Lobectomias pulmonares (R*n=43) -0,3 dia economizaram -R$ 420,60± R$ 2.602,66 vs. 40/lap que permaneceram 6,0±3,1 dias e custaram R$ 34.103,60± R$ 2.112,03, respectivamente. Não houve complicações maiores ou mortalidade relacionadas às cirurgias nos braços estudados. A qualidade de vida e escores funcionais tenderam a ser melhores até 12 meses e foram similares no seguimento extendido. Discussão e conclusões Embora com ganhos estruturais, trabalhistas, ensino e pesquisa, este estudo corroborou a controvérsia internacional sobre os modestos benefícios da robótica no local para os pacientes. Atualmente, o custo de materiais descartáveis e monopólio da empresa o tornam pouco sustentáveis no SUS.