Brazilian Neurosurgery (Sep 2001)

Fístula liquórica nasal espontânea associada a papiloma de plexo coróide do IV ventrículo: Relato de caso e revisão de literatura

  • Sergio Henrique do Amaral,
  • Sérgio Listik,
  • Clemente Augusto de Brito Pereira,
  • Marcelo Nery Silva

DOI
https://doi.org/10.1055/s-0038-1623477
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 03/04
pp. 115 – 119

Abstract

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Os papilomas do plexo coróide são causas reconhecidas de hidrocefalia e hipertensão intracraniana. Se esse tumor está associado ou não à superprodução de líquido cefalorraquiano, é questão que permanece parcialmente respondida na literatura. A tendência é reconhecer que ocorre aumento do volume de LCR na presença dessas lesões. Apresentamos um paciente adulto jovem, cuja queixa era de cefaléia e rinorréia bilateral de ocorrência espontânea há seis meses de sua internação. Concorrentemente, apresentou episódios de crise convulsiva tônico-clônica generalizada uma semana antes da admissão hospitalar, fato que o levou a requisitar serviço médico. Além disso, havia paresia do nervo abducente esquerdo (congênita) e verificou-se, por meio de observação direta, a presença de drenagem nasal espontânea de líquido cristalino. Os exames neurorradiológicos evidenciaram a presença de um tumor de IV ventrículo com hidrocefalia e uma falha óssea na parede posterior do seio frontal direito, além de sela vazia. No primeiro tempo, o paciente foi submetido à ressecção microcirúrgica completa do tumor, cujo exame anatomopatológico revelou ser um papiloma de plexo coróide. Em um segundo tempo, o defeito ósseo foi corrigido diretamente, havendo resolução completa dos sintomas. Na revisão de literatura, encontramos apenas 2 casos de pacientes com fístula liquórica nasal espontânea associada a papiloma de plexo coróide do IV ventrículo. Este relato visa evidenciar, mais uma vez, que a superprodução liquórica pelo papiloma de plexo coróide pode ser um fator causal possível de fístula liquórica.

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