Acta Médica Portuguesa (Apr 2014)

Estudo de Adaptação e Características Psicométricas da Versão Portuguesa da Adolescent Coping Scale – Escala de Coping para Adolescentes

  • Diogo Frasquilho Guerreiro,
  • Diana Cruz,
  • Maria Luísa Figueira,
  • Daniel Sampaio

DOI
https://doi.org/10.20344/amp.4729
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 2

Abstract

Read online

Introdução: O coping é um processo psicológico que leva ao ajustamento individual perante situações de stress. A Adolescent Coping Scale é um instrumento de investigação e uma ferramenta clínica, amplamente utilizada. O presente estudo tem como objectivos desenvolver uma versão Portuguesa da Adolescent Coping Scale e analisar as estratégias e estilos de coping dos jovens da nossa amostra. Material e Métodos: Um questionário anónimo compreendendo a Adolescent Coping Scale obteve respostas de 1 713 alunos (56% do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 12 e os 20 anos e uma média etária de 16). O estudo de validade da escala contemplou: análise em componentes principais e avaliação da consistência interna; análise confirmatória através de modelo de equações estruturais. Posteriormente, foram comparadas por género as estratégias e estilos de coping da amostra (testes t para amostras independentes). Resultados: A estrutura final da adaptação da Adolescent Coping Scale reteve 70 itens, que avaliam 16 estratégias de coping agrupadas em três estilos distintos. As escalas apresentaram bons valores de consistência interna (alfas de Cronbach compreendidos entre 0,63 e 0,86, com a exceção de uma dimensão que apresentou um valor de 0,55) e o modelo confirmatório demonstrou bom fit (goodness of fit index compreendidos entre 0,94 e 0,96). Foram eliminadas duas estratégias de coping por motivos estatísticos (ausência de saturação de itens suficientes nas dimensões correspondentes). Verificámos que o estilo de coping focado na resolução do problema é aquele maioritariamente utilizado pelos adolescentes da nossa amostra, em ambos os sexos. No sexo feminino observaram-se valores médios mais elevados nos estilos de coping não produtivo e de referência a outros. Discussão: A versão adaptada apresenta elevada semelhança com a escala original, com alterações minor espectáveis tendo em conta que o coping é influenciado por variáveis culturais, geográficas e sócioeconómicas. Conclusão: O presente estudo representa uma parte importante do protocolo de validação Portuguesa da Adolescent Coping Scale, nomeadamente a sua adaptação linguística, estudo da consistência interna e da estrutura fatorial.