Revista de Saúde Pública (Oct 2001)

Incontinência urinária entre mulheres climatéricas brasileiras: inquérito domiciliar Urinary incontinence among climateric Brazilian women: household survey

  • Telma Guarisi,
  • Aarão M Pinto Neto,
  • Maria José Osis,
  • Adriana O Pedro,
  • Lúcia Helena Costa Paiva,
  • Aníbal Faúndes

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89102001000500004
Journal volume & issue
Vol. 35, no. 5
pp. 428 – 435

Abstract

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OBJETIVO: Por inquérito populacional domiciliar, investigar a prevalência de incontinência urinária de esforço e os fatores a ela associados em mulheres climatéricas. MÉTODOS: Realizou-se análise secundária de dados de um inquérito populacional domiciliar sobre o climatério e a menopausa em mulheres do município de Campinas, SP, Brasil. Foram selecionadas, por meio de estudo descritivo e exploratório de corte transversal, por processo de amostragem, 456 mulheres, na faixa etária de 45 a 60 anos de idade. Exploraram-se a queixa de incontinência urinária e os fatores de risco possivelmente relacionados -- idade, estrato socioeconômico, escolaridade, cor, paridade, tabagismo, índice de massa corpórea, cirurgias ginecológicas anteriores, estado menopausal e uso de terapia de reposição hormonal. Os dados foram coletados por entrevistas domiciliares, com questionários estruturados e pré-testados, adaptados pelos autores e fornecidos pela Fundação Internacional de Saúde, pela Sociedade Internacional de Menopausa e pela Sociedade Norte-Americana de Menopausa. A análise dos dados foi realizada por razão de prevalência (IC 95%). RESULTADOS: Das mulheres entrevistadas, 35% referiram perda urinária aos esforços. Nenhum dos fatores sociodemográficos estudados se mostrou associado ao risco de incontinência urinária. Também a paridade não alterou significativamente esse risco. Outros fatores como cirurgias ginecológicas anteriores, índice de massa corpórea e tabagismo não se mostraram associados à prevalência de incontinência urinária. O estado menopausal e o uso de terapia de reposição hormonal não modificaram o risco de incontinência urinária de esforço. CONCLUSÃO: Apesar de a prevalência de incontinência urinária em mulheres climatéricas ter sido alta, não se mostrou associada aos fatores socioeconômicos e reprodutivos abordados.OBJECTIVE: To investigate the prevalence of stress urinary incontinence and its associated factors in perimenopause women using a population-based household survey. METHODS: A descriptive, exploratory cross-sectional population-based study with secondary analysis of a population-based household survey on perimenopause and menopause was conducted among women living in the city of Campinas, Brazil. Through a sampling process, 456 women between 45 and 60 years old were selected. Complaints of urinary incontinence and related risk factors, such as age, socioeconomic status, education level, race, parity, smoking habits, body mass index, previous gynecological surgeries, menopausal status, and hormonal replacement therapy were explored. Data were collected through home interviews using an adapted version of the structured pre-tested questionnaire elaborated by the International Health Foundation, International Menopause Society and the American Menopause Society. Statistical analysis were performed using prevalence rates (CI 95%). RESULTS: Thirty-five percent of the interviewees referred stress urinary incontinence. None of the sociodemographic factors studied was associated to the risk of urinary incontinence. In addition, parity did not significantly change the risk of urinary incontinence. Other factors, such as previous gynecological surgeries, body mass index, and smoking habits, were not associated with the prevalence of stress urinary incontinence. Also, menopausal status and hormonal replacement therapy did not change the risk of stress urinary incontinence. CONCLUSION: Though there was a high prevalence of stress urinary incontinence among perimenopause women, there was not found any associations with sociodemographic and reproductive factors.

Keywords