Educação e Pesquisa (Jul 1999)
Cadências escolares, ritmos docentes School cadences, teaching rhythms
Abstract
O artigo analisa alguns dos eixos que estruturam os ritmos cotidianos dos professores, próprios às temporalidades da vida social na escola. Parte do pressuposto de que o tempo é uma "categoria do pensamento lógico", originada no ritmo da vida social (Dukheim), e que essa rítmica é uma "modalidade concreta do tempo social" (Lefebvre e Régulier). O estudo é parte de uma pesquisa que busca tematizar a experiência do tempo de sujeitos que se encontram na condição de professores - docentes de quinta à oitava séries do ensino fundamental e do ensino médio -, levando em conta seus vínculos com a construção de identidades docentes. O texto se desenvolve em torno de três eixos: as cadências das interações entre educandos e educadores, os ritmos dos calendários e os compassos dos horários escolares. Conclui-se que os ritmos docentes, embora circunscritos à rítmica da vida moderna, têm particularidades associadas às cadências da escola, aos processos pedagógicos e àqueles relacionados à formação humana. Trata-se, pois, de analisar a polirritmia dos tempos da escola em sua complexidade e peculiaridades, de forma a se compreenderem as modulações e significações da experiência do tempo na condição de professor, vivência constitutiva das identidades docentes.This paper analyzes some of the concepts peculiar to the temporality of the school social life that structure the everyday rhythm of teachers. It assumes that time is a "category of logical thinking" originated in the rhythm of social life (Durkheim), and that such rhythmic character is a "concrete modality of social time" (Lefebvre and Régulier). This study is part of a research that seeks to discuss the experience of time for teachers of the 5th to 8th grades of the Primary Education and of the Secondary Education, taking into account the teachers’ links with the construction of their own teaching identities. The text is developed around three themes: the cadences of the interactions between educators and students, the academic calendar rhythms, and the tempo of school hours. The work concludes that teaching rhythms, although inscribed in the pace of modern life, have peculiarities related to the school cadences, to the pedagogical processes, and to the processes of human education. It is then the case to analyze the polyrhythmic nature of school times in their complexities and peculiarities so that we can understand the modulations and meanings of the experience of time as lived by the teacher, which is a constitutive experience of teaching identities.
Keywords