Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício (Feb 2021)
Comparação da percepção subjetiva de esforço em intensidades submáximas de força muscular de adultos com diferentes níveis de treinamento na musculação
Abstract
A musculação é a modalidade mais praticada dentro do treinamento de força pelos mais diversos públicos. No entanto, são escassas as informações sobre as percepções de esforço de acordo com o nível de treinamento. O objetivo do presente estudo foi comparar a percepção subjetiva de esforço em diferentes intensidades submáximas de força muscular dinâmica de adultos com diferentes níveis de treinamento na musculação. Trata-se de um estudo transversal, a partir de amostragem por conveniência de alunos treinados em nível intermediário (6 a 23 meses) e avançado (≥24 meses). A força máxima, avaliada pelo teste de uma repetição máxima (1RM) em leg press, identificou as intensidades submáximas de 50% (moderada), 70% (vigorosa) e 90% (próxima da máxima). A percepção de esforço foi determinada pelas escalas de Borg e Omni-Res. Na estatística, empregou-se o teste t de student e a correlação de Spearman. Na comparação entre sujeitos intermediários (n=10; idade: 27,4±4,1 anos) e avançados (n=10; idade: 28,6±5,8 anos), apenas na escala de Borg, para a intensidade de 90% de 1RM, detectou-se maior percepção de esforço entre os avançados, comparados aos intermediários (18,3 vs. 17,6; p<0,05). Nas demais intensidades, em ambas as escalas não foram constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. Observou-se ainda correlações moderadas (50% de 1RM: 0,55, p=0,01; e 90% de 1RM: 0,44, p=0,05) e forte (70% de 1RM: 0,77, p<0,01) na comparação das escalas utilizadas. Conclui-se que o aumento progressivo de cargas se dá concomitantemente à percepção subjetiva de esforço, independentemente do nível intermediário ou avançado de treinamento.