Revista da Faculdade de Educação (Universidade do Estado de Mato Grosso) (Sep 2019)
IDENTIDADE “DO CAMPO” OU DIFERENÇA? ENTRE CAMPOS, ENTRE RIOS, ENTRE INFÂNCIAS
Abstract
Este artigo apresenta experiências coletivas de crianças e suas infâncias nas artes de fazer seus cotidianos entre a escola e a comunidade a caminho da fronteira Brasil/Bolívia, município de Cáceres/MT. Os Estudos Cotidianos (Michel de Certeau, 2001, 2013) e as Narrativas (Walter Benjamin, 2002, 2012) constituíram-se em opções político-teórico-metodológicas que possibilitaram aproximar a força da narratividade e dos cotidianos em movimento, como maneiras de pensar uma, entre muitas possibilidades, de acontecer a educação de crianças que vivem no campo. Questionamos neste estudo: como as singularidades das crianças ribeirinhaspantaneiras são constituídas nos modos de viverem as infâncias nos/dos/com os cotidianos ribeirinho e escolar? Na inspiração e sensibilidade que marcaram o espaçotempo de entrelaçamentos com as crianças, juntamente com os interlocutores teóricos Hall (2000, 2006), Silva (2000), Deleuze e Guattari (1997), Foucault (1985b) e Veiga-Neto (2000), entre outros, dispusemo-nos a fazer a experiência de pensar a educação e o currículo escolar mergulhados no contexto de vida das crianças. Desse modo, foi possível vislumbrar as artes de fazer vidas, sonhos, encantos e desencantos entre crianças de seis a oito anos.