Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

REVISÃO DA ABORDAGEM DO CD38 MULTIEPÍTOPO NA DETECÇÃO DE DRM APÓS TERAPIA COM DARATUMUMABE EM MIELOMA MÚLTIPLO

  • TT Takao,
  • YH Maekawa,
  • ACT Siva,
  • RG Silva,
  • DC Daniel,
  • MC Bruno,
  • JG Rodrigues,
  • MV Gonçalves,
  • MCA Silva,
  • AF Sandes

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S153

Abstract

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Introdução: O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica desafiadora devido à complexidade do diagnóstico e tratamento. O daratumumabe, um anticorpo direcionado ao CD38 em plasmócitos, transformou o tratamento do MM. Contudo, pode dificultar a avaliação da doença residual mínima (DRM) via citometria de fluxo. Reconhecendo essa interferência, o Consórcio EuroFlow desenvolveu uma abordagem contendo o CD38 multiepítopo, visando detectar com precisão várias partes da molécula CD38. Este estudo examina a eficácia dessa abordagem frente ao efeito do daratumumabe na identificação de plasmócitos (PC). Métodos: De out/22 a jul/23, 75 amostras de medula óssea foram analisadas usando a citometria de fluxo de 8 cores e o kit MM-MRD da Cytognos. Esse kit inclui antígenos como CD38 multiepítopo, CD138, e outros, além de Ig Kappa e Ig Lambda intracitoplasmáticos. Os PCs são identificados por expressões fortes de CD38 e CD138, expressão monotípica da cadeia leve e fenótipos aberrantes. Para ampliar a sensibilidade, usou-se a técnica de bulklysis. A análise foi feita no software Infinicyt, avaliando a intensidade média de fluorescência e índice de marcação (stain index) para CD38. O SI classifica: 10, distinção clara entre populações. Resultados: Pacientes com MM foram divididos em quatro grupos: 1. Diagnóstico inicial (n = 26); 2. DRM pós-tratamento com DARA (n = 16); 3. DRM após última dose de DARA há > seis meses (n = 5); 4. DRM após regimes sem DARA (n = 28). No grupo 2, notou-se diminuição na expressão do CD38 multi-epítopo em PC clonais e normais, em comparação aos grupos 1 e 4. Por outro lado, pacientes que obtiveram DRM após um intervalo > 6 meses do último uso de DARA exibiram expressão de CD38 análoga aos grupos de diagnóstico e tratamento padrão. Quanto à intensidade média de fluorescência (IMF) para as subpopulações avaliadas, os valores para PC clonais, PC normais residuais e hematogônias foram, respectivamente: Grupo 1: 25.671, 34.159 e 4.300; Grupo 2: 3.057, 4.114 e 681; Grupo 3: 29.291, 40.839 e 3.637; Grupo 4: 12.951, 38.063 e 3.066 (p 24h, celularidade e viabilidade da amostra podem comprometer essa análise. É crucial que futuras investigações se aprofundem em métodos alternativos ou refinamentos na técnica atual para garantir a avaliação adequada da DRM em pacientes com MM tratados com daratumumabe. Além disso, pode ser proveitoso investigar o tempo exato necessário para a normalização da expressão de CD38 após a cessação do daratumumabe, bem como entender os mecanismos subjacentes a essas mudanças.