Prevalência de anemia e deficiência de vitamina A e consumo de ferro e de vitamina A entre crianças usuárias do Sistema Único de Saúde na cidade do Rio de Janeiro, Brasil
Abstract
Estratégias nacionais para o controle de anemia e deficiência de vitamina A em crianças estão baseadas em estimativas de suas prevalências produzidas em âmbito nacional em 2006 com métodos não validados para este grupo etário e com nível de desagregação para macrorregiões. Com o intuito de subsidiar a gestão local para o (re)direcionamento de medidas de controle desses agravos, o presente trabalho apresenta estimativas de sua prevalência e, também, de marcadores de consumo alimentar de fontes de micronutrientes e do uso de suplementos de vitaminas e minerais em amostra probabilística de crianças de 6 a 59 meses, usuárias da atenção básica de saúde do Município do Rio de Janeiro, Brasil (n = 536). Foram coletadas amostras de sangue venoso para análise de hemoglobina, ferritina e retinol sérico e dados sobre o consumo alimentar, o uso de suplementos de vitaminas e minerais e as características sociodemográficas. As prevalências de anemia, anemia ferropriva e deficiência de vitamina A foram de, respectivamente, 13,7%, 5,5% e 13%. Quase todas as crianças haviam consumido alimentos ricos em ferro no dia anterior à entrevista, sendo altas as prevalências de consumo de fontes de origem animal. Somente 49,4% haviam consumido alimentos ricos em vitamina A. As prevalências de uso de algum suplemento, de suplemento com ferro e com vitamina A foram de, respectivamente, 51%, 14,7% e 24,4%. Os resultados apontam a necessidade de redirecionamento das estratégias de prevenção e controle de anemia e deficiência de vitamina A. Estudos futuros são necessários para examinar a evolução desses indicadores, tendo em vista as políticas de austeridade que entraram em vigor nos últimos anos e a crise econômica decorrente da pandemia da COVID-19.
Keywords