Brazilian Journal of Transplantation (Sep 2007)

RELATO DE CASO DE HISTOPLASMOSE EM TRANSPLANTE RENAL

  • Marcus Vinícius de Pádua Netto,
  • Henrique Vieira de Lima,
  • Émerson Nunes Costa,
  • Ana Paula de Souza Borges,
  • Luiz Cláudio Pádua Netto,
  • Eduardo Moreira dos Santos,
  • Alisson Augusto da Silva Gomes,
  • Célio José Victal de Carvalho,
  • Marcelo Simão Ferreira,
  • Aércio Sebastião Borges

DOI
https://doi.org/10.53855/bjt.v10i4.350
Journal volume & issue
Vol. 10, no. 4

Abstract

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Este relato descreve o caso de uma paciente de 44 anos branca, mantida em programa de hemodiálise de 2001 a 2005, quando então recebeu transplante renal de doador falecido, terapia imunossupressora inicial constando de Tacrolimus, Prednisona e Micofenolatomofetil, sendo que, no momento da internação, as doses utilizadas eram, respectivamente: 3mg 12/12h, 10mg/dia e 500mg 12/12h. Dois anos após o transplante, a paciente apresentou quadro de lesão papular no lábio superior à direita, que inicialmente apresentou cicatrização espontânea, sem que o diagnóstico tivesse sido estabelecido, não tendo sido avaliada pela equipe de transplante que a acompanhava. Posteriormente retornou com as mesmas lesões, agora com acometimento da asa nasal e lábio superior à esquerda, acompanhadas ainda de febre intermitente, tosse seca seguida de expectoração e disfonia. Foi internada para investigação etiológica, realizada biópsia das lesões nasal e transbrônquica que revelou presença de Histoplama capsulatun. Confirmado o diagnóstico, foi iniciado tratamento com Itraconazol 400mg/dia. No sétimo dia de internação, a paciente passou a apresentar quadro de vômitos incoercíveis, dor e distensão abdominal, parada da eliminação de fezes e flatus, oligúria e hipotensão arterial com piora da função renal, além de hipoalbuminemia e acidose metabólica. Tendo evoluído com severa instabilidade hemodinâmica e importante insuficiência respiratória, a paciente foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva, evoluindo para óbito 24 horas depois. A histoplasmose é uma complicação importante no pós-transplante e deve ser sempre lembrada em nosso meio, por ser o Brasil uma área endêmica e pela trágica evolução que a patologia pode apresentar.

Keywords