Kalagatos (Sep 2024)

Sebastán Jorgi: memórias afetivas de Buenos Aires na obra Orsái (1965).

  • Denise Scolari Vieira

DOI
https://doi.org/10.52521/kg.v21i3.13773
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 3

Abstract

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Este ensaio pretende visibilizar o trabalho de pesquisa sobre o escritor argentino Sebastián Jorgi , cujas referências imaginárias para pensar a cidade reconfiguram-se através das memórias afetivas na metrópole em transformação. Portanto, ao desarticular a lógica da Buenos Aires moderna, a voz poética manifesta a decisão de nomeá-la, a partir do bairro formulado, Barracas, mediante um deslocamento autorreflexivo, no qual surgem questões sobre história, linguagem, tradição cultural e filiações estéticas. Nesse sentido, serão estudados alguns poemas extraídos da obra Orsái (1965), a partir dos pressupostos teóricos consagrados na Poética do Espaço, de Gaston Bachelard e nas Estruturas Antropológicas do Imaginário, de Gilbert Durand. Observa-se a opção pelo lunfardo, decisão que fornece não só a matéria-prima, como também, a topofilia inicial, que sobrepassa o deslumbramento e a experimentação, pois Jorgi vai nutrir-se dessa organicidade cultural entre os vários interlocutores, que com ele estabeleceram vínculos, durante sua trajetória artística, também nas décadas posteriores. Orlando Mario Punzi, da Academia Porteña de Lunfardo, alude à decisão programática de Sebastián Jorgi, na referida obra, mediante “uma necessidade física e espiritual, de falar do tempo feliz de sua juventude”, mas da qual, Jorgi não pode desprender-se”(Punzi, 2009). Estudá-lo, no âmbito acadêmico propicia novas possibilidades interpretativas sobre um período histórico-cultural multifacetado e aberto à pesquisa

Keywords