Geriatrics, Gerontology and Aging (Nov 2024)
A Terminalidade da Vida E O Médico: As Implicações Bioéticas da Relação Médico-Paciente Terminal
Abstract
Objetivo: Conhecer as considerações do médico em relação ao paciente terminal e avaliar sua atitude no que diz respeito à terminalidade da vida. Método: Estudo qualitativo-descritivo, com diretriz metodológica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Foram entrevistados 20 médicos, com idade superior a 25 anos, responsáveis pelo tratamento de pacientes em fase terminal, atuantes em um hospital público e regional da cidade de Pouso Alegre (MG). Resultados: Com o debate sobre as considerações quanto ao paciente terminal e a observação da forma como se desenvolve a relação médico-paciente terminal, os resultados deste estudo reforçaram que o conflito entre a personalidade profissional (seu objetivismo clássico) e a realidade médica (suas limitações) norteia a relação médico-paciente terminal, induzindo o médico a julgar sua presença embaraçosa, e até mesmo inútil, próxima ao leito do paciente. No entanto, os princípios bioéticos na terminalidade da vida não se limitam apenas ao direito do paciente (e familiares) de saber a verdade, pois estabelecem, principalmente, o direito ao diálogo com o seu médico e reforçam a necessidade de uma relação de reciprocidade. Conclusão: A maioria dos médicos entrevistados neste estudo acredita ser sua missão curar, no entanto, de acordo com Hipócrates, a obrigação do médico é tratar quando possível e cuidar sempre. Diante dos princípios bioéticos, esse cuidar sempre, afirmado por Hipócrates, é entendido como sendo a presença do médico junto ao paciente, respeitando o desejo deste de falar, de ser ouvido, de obter respostas para seus anseios, numa fase em que cada evento, cada palavra, cada pensamento, cada propósito, cada decisão e cada atitude assumem um significado novo.