Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

TAXA DE INCIDÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO CASOS DE MIELOMA MÚLTIPLO E NEOPLASIA MALIGNAS DE PLASMÓCITO POR FAIXA ETÁRIA NAS MESORREGIÕES DO RIO GRANDE DO NORTE

  • DS Medeiros,
  • MHF Nascimento,
  • ML Valadares,
  • EMS Paiva

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S409

Abstract

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Objetivos: Analisar a taxa de incidência de Mieloma Múltiplo (MM) em cada mesorregião do Rio grande do Norte no ano de 2022 e sua distribuição de acordo com sexo e faixa etária. Material e métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, que utiliza como fonte de dados o número de casos de mieloma múltiplo registrados no DATASUS e disponibilizado no painel-oncologia, coletados pelos discentes da Liga Acadêmica de Oncologia e Hematologia de Natal, da instituição Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foi utilizado como parâmetro: UF de residência “24 Rio Grande do Norte”, Diagnóstico detalhado “C90 - Mieloma múltiplo e neoplasia malignas de plasmócito”e ano 2022. Ademais, foi analisado o município de residência e definido a mesorregião e a população de acordo com o IBGE Censo 2022, além da distribuição por sexo e faixa etária. Resultados: Foram registrados 59 casos no ano 2022 no estado do Rio Grande do Norte, tendo uma incidência/milhão de 17,87. Nas mesorregiões Oeste Potiguar 16,62 casos/milhão, Central Potiguar 13,05 casos/milhão, Agreste Potiguar 21 casos/milhão e Leste Potiguar 18,8 casos/milhão. Quanto ao sexo, a maioria corresponde ao sexo masculino (55,9%) com 33 casos. A faixa etária média dos casos corresponde a 60 a 64 anos, a faixa etária de maior incidência corresponde a 55 a 59 anos, com 14 casos (23,7%), seguido das faixas etárias de 60 a 64 anos e 70 a 74 anos, ambas com 11 casos (18,6%). Discussão: O MM abarca 1% de todas neoplasias malignas, sendo a segunda de origem hematológica, inferior apenas aos linfomas. A incidência no Brasil, no ano de 2022, é de 4480 casos, ou seja, uma taxa de 22 casos/milhão, sendo a taxa no RN (17,87), portanto, menor que a nacional. O MM é pouco mais comum em homens do que em mulheres, tanto em âmbito nacional (51%), quanto no estado (55,9%), e mais frequentemente diagnosticado entre 65 a 69 anos (16,8%), no país, e entre 55 a 59 anos (23,7%) no RN. A distribuição no RN conforme mesorregiões evidencia uma maior incidência no Agreste Potiguar, com 21 casos/milhão, e a menor na Central Potiguar, com 13,05, esse padrão de maior incidência no Agreste Potiguar também é observado para outras doenças neoplásicas. Conclusão: A estatística geral do Rio Grande do Norte sugere que o estado apresenta uma incidência menor de casos da doença na população, o que é relevante para o planejamento de políticas públicas de saúde e alocação de recursos para o diagnóstico e tratamento. A maior incidência no Agreste Potiguar pode estar relacionada a diversos fatores, como características genéticas, ambientais, estilo de vida da população local, acesso aos serviços de saúde e possíveis fatores de risco específicos. Tais aspectos podem também influenciar a menor taxa na Central Potiguar, devendo ser considerada a possibilidade de subdiagnóstico. Dessa forma, são necessários estudos para definir com exatidão a causa dessa distribuição.