Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

PANORAMA DE INTERNAÇÃO POR ANEMIA FERROPRIVA ENTRE CRIANÇAS NORDESTINAS

  • MA Fortes-Filho,
  • MAR Costa,
  • CS Tôrres,
  • ETS Rodrigues,
  • RNC Silva,
  • LM Said,
  • AKO Moura,
  • LCL Batista,
  • RLC Silva,
  • EB Sabino

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S943 – S944

Abstract

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Introdução: A faixa etária infantil constitui um grupo suscetível à deficiência do ferro, devido ao alto consumo deste mineral em função da exponencial velocidade de crescimento. Associada a susceptibilidade, alguns hábitos negativos da alimentação na infância podem aumentar esse desarranjo, como por exemplo, consumo escasso de alimentos fontes de ferro. Objetivo: Analisar as frequências de internação por anemia ferropriva entre crianças nordestinas e sua distribuição segundo variáveis demográficas e territoriais entre 2014 e 2023. Material e métodos: Trata-se de um estudo ecológico e descritivo. Foram utilizados dados do Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Informações de crianças (0-14 anos) internados devido anemia por deficiência de ferro entre 2014 e 2023. Essa variável principal foi categorizada segundo sexo, faixa de idade, cor/raça, unidade da federação e região geográfica de moradia. Todos os dados foram coletados utilizando o TABNET. Resultados: Analisou-se 3062 internações por anemia ferropriva no Nordeste. Dentre os estados, Bahia (694) e Pernambuco (662) foram os que tiveram mais casos. As faixas etárias com mais internações foram a de menor de 1 ano, com 1009 casos (32,95%), e a de entre 1 a 4 anos, com 1004 casos (32,79%). Em relação à raça, a mais acometida foi a parda, com 1787 internações (58,36%), seguida da categoria sem informação (997). O sexo com mais internações foi o masculino com 1613 casos (52,68%). Discussão: A anemia ferropriva é a responsável pela maior parte das anemias encontradas e está associada a mais de 60% dos casos de anemia no mundo. Esta patologia afeta o crescimento e o desenvolvimento da criança, que são pilares da saúde infantil, como: o desenvolvimento de habilidades de linguagem, comportamentais e capacidades motoras. Ainda, propicia a cáries dentárias, alterações no sistema imunológico, paladar e apetite. Logo, é possível perceber o motivo do predomínio de casos de anemia ferropriva ser em menores de 1 ano, por ser uma parcela que está propensa a ter um consumo maior que a ingestão de ferro, associado com a raça parda que é uma das raças com menos acesso à saúde, sendo passíveis a falta de informação adequada quanto a alimentação infantil, elencado com o sexo masculino que desde a infancia é negligenciado quanto aos cuidados na saúde. Conclusão: O estudo evidenciou que a frequência de internações por anemia ferropriva é maior na faixa etária de risco, na raça parda e nos meninos. Mesmo com as medidas de prevenção, notou-se um número expressivo de casos que precisaram de internação durante o período analisado. Logo, deve-se reforçar tanto para as equipes de saúde, quanto para a população, o uso profilático de sulfato ferroso na primeira infância.