Geologia USP. Série Científica (Oct 2020)

O Batólito Catolé do Rocha (RN-PB): Um magmatismo granítico do tipo-A2 reduzido no Domínio Rio Piranhas-Seridó, Província Borborema, Nordeste do Brasil

  • Robson Rafael de Oliveira,
  • Frederico Castro Jobim Vilalva,
  • Adriana Alves,
  • Vladimir Cruz de Medeiros,
  • Clarissa de Aguiar Dalan

Journal volume & issue
Vol. 20, no. 3

Abstract

Read online

O Batólito Catolé do Rocha, situado no Domínio Rio Piranhas-Seridó da Província de Borborema (Nordeste (NE) do Brasil), é um importante representante do magmatismo ediacarano pós-colisional que acometeu essa região. Ele inclui sienogranitos e quartzo sienitos metaluminosos a ligeiramente peraluminosos, rochas básico-intermediárias e, subordinadamente, diques e/ou bolsões de microgranitos menores. Esse batólito é tido como representante da suíte cálcio-alcalina de alto K, que inclui principalmente granitos de afinidade química próxima aos de tipo-I caledonianos. Contudo, são diversas as evidências litoquímicas que aproximam o batólito aos magmas de tipo-A. As rochas graníticas são álcali-cálcicas a alcalinas, possuem caráter ferroano, concentrações significativas de elementos litófilos de raio grande (LILE) e de alto potencial iônico (HFSE) e enriquecimento de terras-raras leves (LREE) sobre pesados (HREE). Suas assinaturas químicas permitem classificá-los como granitos de tipo‑A2 pós-colisionais. Estimativas geotermobarométricas apontam cristalização sob pressões de 4,6 – 6,3 kbar (~16 – 24 km de profundidade) e temperaturas entre 950 – 750°C, em condições de baixa fugacidade de oxigênio (-4 < ΔQFM < -1). Evidências químicas e distintas condições redox estimadas para os granitos e rochas básico-intermediárias do batólito sugerem que se trata de magmas distintos, com misturas do tipo mixing e mingling locais. A origem do batólito parece estar relacionada a fontes enriquecidas (metassomatizadas), com diferenciação controlada principalmente por processos de cristalização fracionada.

Keywords