Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (May 2003)

Comparação entre os achados ultra-sonográficos, histeroscópicos e histopatológicos no sangramento uterino da pós-menopausa Comparison of ultrasonographic, hysteroscopic and histopathologic findings in women with postmenopausal uterine bleeding

  • Adriana Scavuzzi,
  • Melania Amorim,
  • João Sabino Pinho Neto,
  • Luis Carlos Santos

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032003000400002
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 4
pp. 229 – 235

Abstract

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OBJETIVOS: Determinar a associação entre os achados ultra-sonográficos, histeroscópicos e histopatológicos em mulheres com sangramento uterino na pós-menopausa. MÉTODOS: realizou-se estudo descritivo, retrospectivo, tipo transversal, incluindo 156 pacientes com sangramento uterino na pós-menopausa atendidas no Centro Diagnóstico do Instituto Materno-Infantil de Pernambuco no período de janeiro de 1995 a dezembro de 2001. Os resultados ultra-sonográficos foram classificados como anormais ou normais, de acordo com os pontos de corte de 4 e 5 mm. Determinou-se a freqüência dos principais achados histeroscópicos e histopatológicos destas mulheres, categorizados como lesões pré-malignas/malignas (hiperplasias/câncer) e lesões benignas. Determinou-se ainda a concordância entre os achados histeroscópicos e histopatológicos. RESULTADOS: a freqüência de espessamento do eco endometrial de acordo com os pontos de corte de 4 mm e 5 mm foi de 75% e de 67,3%, respectivamente. O achado histeroscópico mais freqüente foi o endométrio atrófico (37,8%), seguindo-se os pólipos endometriais (35,9%), hiperplasia do endométrio (10,9%), câncer de endométrio (10,3%), endométrio funcionante (30.2%) e outros achados (1,9%). Em relação aos achados histopatológicos, observou-se também maior freqüência do endométrio atrófico (31,4%), seguindo-se os pólipos endometriais (26,3%), material insuficiente (16,0%), câncer de endométrio (10,9%), hiperplasia (9,0%) e outros achados (6,4%). Observou-se associação estatisticamente significante entre espessamento endometrial e presença de lesões pré-malignas e malignas. Observou-se um único caso de malignidade em pacientes com ponto de corte de 5 mm, e nenhum caso foi evidenciado com o ponto de corte de 4 mm. Encontrou-se uma boa taxa de concordância entre os achados histeroscópicos e histopatológicos (kappa = 0,61). CONCLUSÕES: a freqüência de eco endometrial espessado foi de 75% e de 67,3% com os pontos de corte de 4 mm e 5 mm, respectivamente. Nenhum caso de lesão pré-maligna ou maligna foi observado quando foi adotado o ponto de corte de 4 mm. Os achados histeroscópicos e histopatológicos mais freqüentes foram o endométrio atrófico e os pólipos endometriais, observando-se boa taxa de concordância entre esses exames.PURPOSE: to determine the association between ultrasonographic, hysteroscopic and histopathologic findings in women with postmenopausal uterine bleeding. METHODS: a retrospective, cross-sectional study was conducted enrolling 156 women with postmenopausal bleeding attended at the Diagnostic Center - IMIP during the period of January 1995 to December 2001. According to the results of the endometrial examination (ultrasound), the patients were classified as having an abnormal or normal finding depending on the cutoffs of 4 or 5 mm. The most common histologic and hysteroscopic findings were studied and classified as premalignant/malignant lesions (hyperplasia/endometrial cancer) or benign findings. These results were compared using the kappa index, to establish the agreement between these techniques. RESULTS: the frequency of endometrial thickening was 75.0 and 67.3% according to cutoffs of 4 mm and 5 mm, respectively. Hysteroscopic findings were atrophic endometrium in 59 (37.8%), endometrial polyp in 56 (35.9%), endometrial hyperplasia in 17 (10.9%), cancer in 16 (10.3%), still active endometrium in 1 (3,2), and other findings in 3 (1.9%). The two most frequent histopathologic findings were also atrophic endometrium (31.4%) and endometrial polyps (26,.3%), followed by scanty material (16.0%), endometrial cancer (10.9%), endometrial hyperplastic changes (9.0%), and others (6.4%). A good agreement between hysteroscopic and histopathologic findings was observed (kappa = 0.61). CONCLUSIONS: the frequency of endometrial thickening was 75.0 and 67.3% according to cutoffs of 4 mm and 5 mm, respectively. No premalignant or malignant lesions were missed when an endometrial cutoff of 4 mm was used. The most frequent hysteroscopic and histopathologic findings were atrophic endometrium and endometrial polyps and a good agreement between these findings was encountered.

Keywords