Diacrítica (Jan 2024)

Victor Hugo e a tradução. Todo um “caminho de pedra” que conduz ao paraíso

  • Louchet Chantal

DOI
https://doi.org/10.21814/diacritica.4769
Journal volume & issue
Vol. 37, no. 3

Abstract

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O objetivo é seguir a evolução do próprio pensamento de Victor Hugo sobre a conceção da tradução e do tradutor. De facto, em 1819, Victor Hugo ficou indignado com uma tradução de Homero em verso em língua francesa: “É monstruoso e insustentável”, declarando que “uma tradução em verso de qualquer pessoa, por qualquer pessoa parece-[lhe] absurda, impossível e quimérica”, sugerindo a priori que Victor Hugo é um defensor da intraduzibilidade. Na sua juventude, Victor Hugo entendia que qualquer tradução era proibida, um tabu, dando toda a importância ao próprio autor. Mas o seu ponto de vista irá evoluir com o tempo. O trabalho desenvolvido pelo seu filho François-Victor Hugo, de 1858 a 1866, trar-lhe-á um novo horizonte no campo da tradução. Labor severo, revalorizando assim a tarefa do tradutor, percorrendo um caminho árduo, mas estimulante. Tributário da sua época, com Victor Hugo, é todo um processo de renovação de ideias do discurso francês sobre a tradução que nos é entregue. O objetivo deste artigo é mergulhar no universo de Victor Hugo a fim de clarificar esta sua perspetiva evolutiva ao longo do século XIX. Fá-lo-emos analisando os seus escritos cronologicamente, desde as obras da primeira juventude, até às obras do seu exílio.

Keywords