Revista Histedbr On-line (Dec 2021)

Positivismo, educação e hegemonia

  • Helton Messini da Costa

DOI
https://doi.org/10.20396/rho.v21i00.8659485
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 00

Abstract

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O exercício de reflexão presente neste estudo procura compreender e analisar a presença da filosofia positiva de Auguste Comte, entre finais do século XIX e início do século XX - momento de transformações econômicas, sociais e fundamentalmente política - entre os círculos intelectuais no Brasil, com particular interesse em sua introdução no pensamento educacional brasileiro. Com efeito, procuramos incidir nossa pesquisa pela difusão do positivismo na educação a partir de dois intelectuais específicos: Benjamin Constant e José Veríssimo. Por ambos, traçarem um debate que buscava, cada qual a seu modo, a partir do ideário positivista, empreender mudanças que trariam ao Brasil o progresso e a ordem civilizatória nos mesmos marcos que se dispunham na Europa ocidental e nos Estados Unidos. Intencionamos, deste modo, expressar que a formação de certas camadas intelectuais, centradas nos preceitos positivistas, manifestava a busca por hegemonia, no sentido explicitado por Antonio Gramsci (2000, 2004), de uma elite republicana e abolicionista, composta por frações militares, funcionários públicos, bem como, de uma pequena burguesia ainda em formação constituída por profissionais liberais, tais como, escritores, médicos, jornalistas, entre outros. Tal grupo, longe de expressarem um todo coeso, procurava disputar suas concepções de mundo junto ao Estado brasileiro.

Keywords