Acta Médica Portuguesa (Aug 2019)

Acidose Tubular Renal Distal: Expressão Clínica Variável na Mesma Família

  • Daniela Ramos,
  • Sofia Reis,
  • Carolina Cordinhã,
  • Carmen do Carmo,
  • Clara Gomes,
  • António Jorge Correia

DOI
https://doi.org/10.20344/amp.10758
Journal volume & issue
Vol. 32, no. 7-8

Abstract

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A acidose tubular renal distal primária deve-se a um defeito genético caracterizado pela incapacidade de acidificar a urina. A sintomatologia é inespecífica e muito variável. Descrevem-se seis casos de acidose tubular renal distal numa família em que a doença afetou quatro gerações. O primeiro caso foi diagnosticado aos três anos por hematúria e urolitíase. Posteriormente foram estudados a irmã, os dois filhos e dois sobrinhos do caso índex. Apesar de assintomáticos, todos apresentavam nefrocalcinose e acidose metabólica hiperclorémica, à exceção de um caso com gasimetria normal mas com nefrocalcinose e incapacidade de acidificação urinária. Na evolução todos mantiveram nefrocalcinose, o caso índex desenvolveu hipertensão arterial mas nenhum evoluiu para insuficiência renal crónica. O diagnóstico da acidose tubular renal distal autossómica dominante é geralmente mais tardio e com sintomatologia mais ligeira. A doença pode contudo manifestar-se precocemente e com espectro de gravidade variável. O rastreio pela história familiar permite antecipar o diagnóstico e iniciar tratamento mais precocemente.

Keywords