Pessoa Plural (Jun 2021)

António Patrício e Fernando Pessoa: O “teatro escrito” à luz do “teatro estático”

  • Penteado, Flávio Rodrigo

DOI
https://doi.org/10.26300/ywr0-ce70
Journal volume & issue
no. 19
pp. 38 – 76

Abstract

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O artigo proporciona a interlocução entre as obras dramáticas de António Patrício (1878-1930) e as de Fernando Pessoa (1888-1935). Inicialmente, confrontam-se suas peças de estreia, O fim e O marinheiro (publicadas em 1909 e 1915, nesta ordem), bem como se evidenciam certas afinidades da primeira com um par de dramas estáticos inacabados. Na sequência, explora-se esse diálogo a partir de Pedro, o cru (1918), Dinis e Isabel (1919) e D. João e a máscara (1924). Por fim, propõe-se sucinta abordagem comparatista dos dramas Judas (1924) e Calvário (c. 1932-1934). Apesar das nítidas diferenças entre as peças de Patrício e as de Pessoa, ambos privilegiam a interioridade das figuras em cena, retardando o fluxo da ação dramática. Uma vez que o elemento estático constitui um ponto de ligação entre os textos desses dramaturgos, convém precisar em que medida tais obras se afastam e se aproximam uma da outra.

Keywords