Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Feb 2007)

Os médicos brasileiros seguem as diretrizes brasileiras de hipertensão? Do Brazilian physicians follow the Brazilian guidelines on hypertension?

  • Décio Mion Junior,
  • Giovanio Vieira da Silva,
  • Josiane Lima de Gusmão,
  • Carlos Alberto Machado,
  • Celso Amodeo,
  • Fernando Nobre,
  • José Nery Praxedes,
  • Marco Antonio Mota

DOI
https://doi.org/10.1590/S0066-782X2007000200013
Journal volume & issue
Vol. 88, no. 2
pp. 212 – 217

Abstract

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OBJETIVO: Avaliar os procedimentos adotados pelos médicos brasileiros para o diagnóstico e tratamento da hipertensão em relação aos preconizados pelas IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. MÉTODOS: Questionário aplicado por entrevista telefônica a médicos brasileiros, buscando levantar recebimento e adesão às diretrizes, bem como avaliar vários aspectos relacionados ao manejo do paciente hipertenso. RESULTADOS: 68,3% dos médicos receberam às diretrizes e responderam completamente o questionário, perfazendo uma amostra de 483 médicos, sendo 47% cardiologistas, 31,7% clínicos e 21,3% nefrologistas. A adesão a certos pontos das diretrizes é alta, tais como à utilização de mais de uma medida em ocasiões diferentes para o diagnóstico de hipertensão (94,0%) e orientação quanto a mudanças no estilo de vida como estratégia terapêutica. Quanto aos valores utilizados para diagnóstico e alvo-terapêutico, o seguimento as recomendações não é uniforme, com uma nítida preferência por valores inferiores aos preconizados, particularmente para pacientes com co-morbidades. A procura por fatores de risco cardiovascular também se mostrou baixa, com apenas 64,7% e 56,4% dos médicos referindo pesquisar, respectivamente, a presença de diabetes e dislipidemia. Os diuréticos são a classe de droga preferencialmente citada (59,3%) como tratamento medicamentoso inicial da hipertensão. CONCLUSÃO: O seguimento as diretrizes é apenas parcial. Questões como uma melhor distribuição do documento, normatização de valores para diagnóstico e alvo-terapêutico e formas de abordar o paciente hipertenso dentro de seu risco cardiovascular global deverão ser mais bem abordadas quando da confecção de futuras diretrizes.OBJECTIVE: To evaluate whether procedures adopted by Brazilian physicians in the diagnosis and treatment of hypertension are in compliance with those advocated by the IV Brazilian Hypertension Guidelines. METHOD: Survey carried out by means of telephone interviews with Brazilian physicians. The survey featured application of a questionnaire aimed to assess receipt of and compliance with the guidelines, and to evaluate various aspects regarding the treatment of hypertensive patients. RESULTS: 68.3% of the respondents had received the guidelines and answered the questionnaire in full. The total sample consisted of 483 physicians - 47% cardiologists, 31.7% internists, and 21.3% nephrologists. The survey showed high compliance with certain guideline topics such as more than one measurement at different times for the diagnosis of hypertension (94%), and providing guidance regarding lifestyle changes as a therapeutic strategy. As to arterial pressure levels used for diagnosis and therapeutic target, compliance with guideline recommendations lacks uniformity. The survey showed a clear preference for pressure levels lower than those recommended, especially in patients with comorbidities. Attempts to assess cardiovascular risk also proved to be low. Only 64.7% of the respondents reported that they seek to determine the presence of diabetes mellitus, and 56.4% check for dyslipidemia. The majority (59.3%) mentioned diuretics as the preferred drug class for initial drug treatment of hypertension. CONCLUSION: We concluded that there is only partial compliance with Brazilian Hypertension Guidelines and that certain factors should be taken into consideration when drawing up future guidelines, such as: improved distribution; standardization of values for diagnosis and therapeutic target; more extensive coverage of ways for physicians to approach hypertensive patients to better evaluate their overall cardiovascular risk.

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