Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Oct 2013)

Influência da lesão carotídea no pós-operatório de revascularização miocárdica e sua evolução tardia

  • Maria Sol Calero Revelo,
  • Daniel Pio de Oliveira,
  • Flávia Bittar Britto Arantes,
  • Camila Camarço Batista,
  • João Italo Dias França,
  • Silmara Cristina Friolani,
  • Jorge Eduardo Assef,
  • José Eduardo Martins Barbosa,
  • Ana Claudia Petisco,
  • Pedro Silvio Farsky

DOI
https://doi.org/10.5935/abc.20130183
Journal volume & issue
Vol. 101, no. 4
pp. 297 – 303

Abstract

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FUNDAMENTO: Cerca de 30% dos AVE perioperatórios da cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) são decorrentes de lesões carotídeas, sem redução de risco confirmada por intervenção perioperatória. OBJETIVOS: Avaliar o impacto da doença carotídea e a intervenção perioperatória nos pacientes submetidos à CRM. MÉTODOS: Estudo retrospectivo observacional, avaliando 1.169 pacientes com idade > 65 anos submetidos à CRM entre janeiro de 2006 e dezembro de 2010, acompanhados, em média, por 49 meses. Todos foram submetidos à ultrassonografia de carótidas prévia à CRM. Definiu-se doença carotídea quando lesão > 50%. O desfecho primário foi composto pela incidência de AVE, acidente isquêmico transitório (AIT) e óbito por AVE. RESULTADOS: A prevalência da doença carotídea foi de 19,9% dos pacientes. A incidência do desfecho primário entre portadores e não portadores foi de 6,5% e 3,7%, respectivamente (p = 0,0018). Nos primeiros 30 dias, ocorreram 18,2% dos eventos. Relacionaram-se a doença carotídea: disfunção renal (OR 2,03, IC95% 1,34-3,07; p 70%, a intervenção carotídea perioperatória apresentou incidência de 17% no desfecho primário contra 4,3% na conduta conservadora (p = 0,056) sem diferença entre abordagens percutânea e cirúrgica (p = 0,516). CONCLUSÃO: A doença carotídea aumenta o risco para AVE, AIT ou morte por AVE na CRM. Entretanto, a intervenção carotídea não foi relacionada à redução do desfecho primário.

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