RevSALUS (Jun 2023)

Redução do ruído ambiental: contributo da Metodologia de Cuidado Humanitude

  • Rosa Melo,
  • Liliana Henrique,
  • Helena Pires,
  • Vera Bidarro,
  • Rafael Efraim,
  • João Araújo

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSup.540
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Sup

Abstract

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Introdução: O ruído ambiental pode induzir efeitos cardiovasculares e metabólicos nas pessoas cuidadas e profissionais, pela libertação de cortisol e elevação da tensão arterial (OMS, 2018; EEA, 2020). Objetivos: Avaliar o contributo da implementação da Metodologia de Cuidado Humanitude (MCH) na redução do nível de ruído ambiental numa Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI). Material e Métodos: Estudo descritivo, longitudinal e quantitativo, realizado numa ERPI, sendo as medições do nível de ruído realizadas com recurso ao DB METER e decibelimetro HT Italia mod. HT 169, certificado IEC651 Tipo II. Os níveis de ruído ambiental foram medidos antes do processo de implementação da MCH e 9 meses após a sua implementação. As medições foram realizadas entre as 07h e as 11h00 nos locais identificados com maior circulação de pessoas durante o período diurno, nomeadamente nos quartos, casa de banho (durante os cuidados de higiene), corredores, sala de atividades e refeitório. Resultados: Após a implementação da MCH registou-se uma diminuição de ruído em todos os espaços comparativamente ao valor médio obtido antes da implementação da MCH. O local onde se registou um valor médio de ruído ambiental mais elevado foi nos corredores com 70dB(A) com um pico máximo do nível de ruído de 80dB(A). Após a implementação da MCH foi também nos corredores que se registou a maior redução do nível de ruído ambiental (26dB(A)). Assim, após a implementação da MCH os valores médios de ruído ambiental obtidos nos espaços anteriormente identificados estavam todos abaixo dos 61 dB(A). Conclusões: O processo de implementação da MCH contribuiu para a mudança na forma de cuidar, nomeadamente na docilidade na utilização da voz, resultando num ambiente terapêutico com maior tranquilidade e harmonia, contribuindo para a prevenção e gestão da agitação induzida pela agressividade sonora na pessoa cuidada. Torna-se, pois, fundamental implementar metodologias de cuidado centradas na relação, que integrem procedimentos técnico-relacionais e que sensibilizem e consciencializem os profissionais para o efeito nefasto do ruído ambiental, indo ao encontro das recomendações da OMS.

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