Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

COMPARAÇÃO DO PERFIL DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS DE ISOLADOS CLÍNICOS E AMBIENTAIS DE ENTEROCOCCUS FAECIUM

  • MBC Mascarenhas,
  • TVA Silveira,
  • RAO Freitas,
  • FEL Correa,
  • MC Araújo,
  • AG Oliveira

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S1221 – S1222

Abstract

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Objetivos: Comparar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de isolados clínicos e ambientais de Enterococcus faecium e avaliar a presença de co-resistência à vancomicina, aminoglicosídeos e betalactâmicos. Materiais e métodos: Para obter isolados clínicos de E. faecium , utilizamos amostras do HC-UFTM e para os isolados ambientais foram obtidos dos solos e vegetais do município de Uberaba, MG. A confirmação do gênero e espécie foi feita a partir de testes bioquímicos. Para detectar a sensibilidade aos antimicrobianos, utilizamos a técnica de diluição em caldo para vancomicina, ampicilina, gentamicina e estreptomicina, conforme o CLSI (2021). A resistência aos antimicrobianos foi verificada por disco difusão, testando β-lactâmicos, fenicóis, macrolídeos, carbapenem, oxazolidinonas, furantoínas, tetraciclinas, quinolonas, glicopeptídeos e aminoglicosídeos. Os resultados foram analisados com o software SPSS. Resultados: Tabela 1 apresenta a sensibilidade aos antimicrobianos pelo método de disco difusão de isolados de E.faecium obtidos de pacientes hospitalizados (n = 38) e do ambiente (n = 14); Tabela 2 demonstra o perfil de sensibilidade dos isolados clínicos de E. faecium resistentes à vancomicina (VREfm; n = 30) e sensíveis à vancomicina (VSEfm; n = 8), no qual os VREfm apresentam altas taxas de resistência a todos os ATM testados em comparação com os isolados VSEfm, exceto para gentamicina e cloranfenicol. A tabela 3 mostra os perfis de co-resistência à vancomicina, ampicilina, gentamicina e/ou estreptomicina entre os isolados clínicos de E. faecium (n = 38). Discussão: Observamos, na tabela 1, que ao todo foram avaliados 52 isolados de E. faecium , sendo 38 de origem clínica e 14 de origem ambiental. Nenhum isolado de origem ambiental apresentou resistência à ampicilina, estreptomicina, gentamicina e vancomicina. No entanto, 3 isolados obtidos de alface, batata e carne bovina apresentaram resistência intermediária à vancomicina (CIM de 8-16 ug/mL). Com relação aos demais ATM testados, as porcentagens de isolados resistentes foram baixas (0 a 7,1%). Por outro lado, o segundo perfil mostra que a maioria dos isolados clínicos apresentou resistência à ampicilina (73,7%), vancomicina (78,9%), gentamicina (18,4%) e estreptomicina (28,9%). As porcentagens de resistência aos demais ATMs foram todas mais altas que para os isolados ambientais, no entanto, diferenças significativas (p < 0,05) foram observadas apenas para os beta-lactâmicos, glicopeptídeos, estreptomicina, norfloxacina e tetraciclina. Os perfis mais prevalentes foram os de resistência simultânea à vancomicina/ampicilina (36,8%) e à vancomicina/ampicilina/estreptomicina (23,7%). Vinte e cinco (65,8%) isolados clínicos não poderiam ser tratados com a combinação de agentes que atuam na parede celular (ampicilina e ou vancomicina) com os aminoglicosídeos. Conclusão: Os dados do presente estudo mostram que os VREfm apresentam comumente co-resistência à ampicilina embora a co-resistência aos aminoglicosídeos seja relativamente baixa.