Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil (Sep 2012)

Violência contra a mulher na rede de atenção básica: o que os enfermeiros sabem sobre o problema? Violence against women in the basic care network: what do nurses know about the problem?

  • Ana Cyntia Paulin Baraldi,
  • Ana Maria de Almeida,
  • Gleici Castro Perdoná,
  • Elisabeth Meloni Vieira

DOI
https://doi.org/10.1590/S1519-38292012000300010
Journal volume & issue
Vol. 12, no. 3
pp. 307 – 318

Abstract

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OBJETIVOS: descrever o conhecimento dos enfermeiros das Unidades Distritais Básicas de Saúde do município de Ribeirão Preto, SP, Brasil, acerca da violência contra a mulher, particularmente aquela cometida pelo parceiro íntimo. MÉTODOS: estudo quantitativo, transversal e descritivo. Participaram 51 enfermeiros, extraídos de um estudo maior com 221 profissionais de saúde. Os dados foram coletados por meio de questionário que investigava o conhecimento em relação à violência cometida contra as mulheres. RESULTADOS: os enfermeiros acertaram de 76% a 90,2% das questões sobre definição de violência de gênero e 78% obtiveram altos escores em questões sobre epidemiologia da violência; no entanto, 70,6% demonstraram desconhecer sua epidemiologia nos serviços de pré-natal. 83,7% dos enfermeiros demonstraram bom conhecimento sobre como abordar as vítimas para obter a revelação da violência ocorrida e 52% demonstraram conhecimento elevado sobre o manejo dos casos. CONCLUSÕES: os enfermeiros conhecem bem a definição de violência, têm conhecimentos sobre o manejo de casos, a necessidade de notificação e encaminhamentos de casos em situação de risco. Entretanto, desconhecem características epidemiológicas importantes da violência contra a mulher, o que pode ser uma barreira para a atuação dos enfermeiros no atendimento a mulheres em situação de risco, principalmente durante a atenção no pré-natal.OBJECTIVES: to outline what nurses from the District Basic Care Units of the municipality of Ribeirão Preto, in the Brazilian State of São Paulo, know about violence against women, especially that perpetrated by an intimate partner. METHODS: a quantitative, cross-sectional, descriptive study was carried out with 51 nurses drawn from a larger study of 221 health workers. The data were collected using a questionnaire that asked about their knowledge regarding violence against women. RESULTS: the nurses correctly answered 76% to 90.2% of the questions on the definition of gender violence and 78% obtained high scores on questions relating to the epidemiology of violence. However, 70.6% showed no knowledge of the epidemiology of violence in prenatal services. 83.7% of the nurses showed good knowledge of how to deal with victims to get them to report the abuse and 52% showed a good knowledge of case management. CONCLUSIONS: nurses are well aware of what violence is and have knowledge about how to manage cases and the need to report abuse and refer women who are at risk. However, they are unaware of important epidemiological features of violence against women, which may pose an obstacle to their ability to attend women at risk, especially during prenatal care.

Keywords