Revista Principia (Jan 2025)

Avaliação do uso de equipamentos de proteção individual na aplicação de agrotóxicos por agricultores familiares em Juazeiro, Bahia

  • Israel Vieira de Souza

DOI
https://doi.org/10.18265/2447-9187a2024id8509
Journal volume & issue
Vol. 62, no. 1

Abstract

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O uso de agrotóxicos tornou-se uma prática amplamente integrada à atividade agrícola, aumentando gradualmente a dependência desses produtos químicos no setor. No entanto, as medidas de segurança para o manuseio desses produtos, como o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), não têm acompanhado a mesma intensidade de sua utilização. Assim, o presente estudo teve como objetivo identificar os principais EPIs utilizados por agricultores durante a aplicação de agrotóxicos e compará-los aos kits recomendados para proteção completa (calça e jaleco com tratamento hidrorepelente, botas de PVC, avental, respirador, viseira de acetato, boné árabe com tratamento hidrorepelente e luvas de neoprene ou nitrílica), analisando se a ausência de determinados equipamentos compromete a proteção efetiva dos trabalhadores, podendo causar efeitos negativos à saúde, como dor de cabeça, vômito, náuseas, problemas respiratórios, erupções cutâneas, desorientação ou intoxicações crônicas. Para tal, foram aplicados questionários semiestruturados a 31 agricultores familiares, maiores de 18 anos, residentes no município de Juazeiro, Bahia, que utilizam agrotóxicos em suas propriedades. Os questionários continham questões sobre o uso de agrotóxicos, o uso de EPIs, o conhecimento sobre os agrotóxicos e treinamentos de segurança. Os resultados indicaram que 67,7% dos agricultores utilizavam apenas botas de borracha e 54,8% usavam máscaras de proteção durante a aplicação dos agrotóxicos, enquanto os demais equipamentos ficaram abaixo de 50% de uso, tais como luvas (48,4%), chapéus (41,9%), óculos (35,5%), calça e camisa (22,6%) e avental (3,2%). Além disso, 30% dos entrevistados relataram não utilizar nenhum tipo de proteção. Como forma de mitigar esses problemas, sugere-se uma intervenção mais ativa por parte dos órgãos de fomento à agricultura, por meio de campanhas de conscientização e treinamentos sobre o uso de agrotóxicos e EPIs, visando fornecer informações que promovam a mudança de comportamentos inseguros, os quais podem levar ao adoecimento dos trabalhadores.

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