Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-249 - A IMPORTÂNCIA DO TRM NO DIAGNÓSTICO DO MAL DE POTT: UM RELATO DE CASO

  • Natália Queiroz Silva Ribeiro,
  • Gêrlania Simplicio Sousa,
  • Vanessa Caroline C. Mendes,
  • Natália Queiroz S. Ribeiro,
  • Luana Barreto Almeida,
  • Kadja Imperiano Guedes,
  • Elysa S. Dobrões Vilhena,
  • Juliana Araújo França,
  • Maria Olívia Torres A. Alencar

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104161

Abstract

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Introdução: O Mal de Pott é definido pela infecção extrapulmonar pelo Bacilo de Koch acometendo a coluna vertebral. Os sintomas variam desde uma lombalgia crônica até parestesia e dificuldade de deambulação devido à pressão exercida pelo abscesso na medula espinhal (Fonseca et al., 2022). Essa condição ocorre quando focos de infecção se reativam e disseminam para a coluna através da corrente sanguínea ou dos vasos linfáticos, geralmente afetando articulações e ossos, como membros inferiores e coluna. Os exames de Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM) demonstram a presença dos abscessos, porém frequentemente a cultura e biópsia das lesões são negativas, dificultando o diagnóstico. Objetivo: Elucidar a importância, especificidade e sensibilidade do TRM no diagnóstico de TB extrapulmonar através de um relato de caso. Método: Trata-se de um relato de caso clínico de paciente admitido no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, no município de João Pessoa – PB. Resultados: Paciente do sexo masculino, 28 anos, deu entrada no serviço relatando dor intensa em coluna lombar irradiando para MMII associada à febre e perda de peso com início dos sintomas há 8 meses. Foi realizada TC de coluna lombar, evidenciando erosão nos platôs adjacentes ao disco L2-L3 com redução significativa desse espaço e suspeita de discite. Foi realizada drenagem percutânea de abscesso psoas à esquerda, biópsia de coluna e iniciado o uso de Vancomicina 1g EV 12/12h + Meropenem 2g EV 8/8h por 21 dias. Inicialmente, a biópsia não mostrou presença de crescimento bacteriano, paciente evoluiu com melhora da dor, estável, movendo os quatro MM e dreno com secreção purulenta. Foi realizada RM de coluna e notou-se melhora do abscesso de psoas com manutenção da discite e da coleção paravertebral denotando recidiva do quadro. Foi solicitada hemocultura do abcesso de psoas e não foi encontrada sensibilidade para MRSA nos discos testados segundo padronização do BRCAST. A drenagem do íliopsoas foi feita por laparotomia exploratória com coleta de material da cavidade abdominal para realização de TRM, revelando-se positivo para Mycobacterium tuberculosis e mostrando-se sensível à Rifampicina. Realizado o diagnóstico de tuberculose extrapulmonar, iniciou-se terapia RHZE e paciente evoluiu com melhora do quadro. Conclusão: Conclui-se que o TRM é uma ferramenta valiosa no diagnóstico de TB extrapulmonar e de possíveis complicações, pois possibilita o tratamento assertivo e a melhora na qualidade de vida do paciente.