O diafragma como método contraceptivo: a experiência de usuárias de serviços públicos de saúde
Abstract
Este estudo objetiva descrever como o diafragma foi incorporado ao cotidiano de 194 mulheres que o escolheram como contraceptivo, em cinco serviços públicos da região de Osasco, Grande São Paulo, no período de agosto de 1989 a agosto de 1991. O seguimento dessa coorte foi realizado por meio de entrevistas domiciliares semestrais. Constatou-se que o diafragma pode ser uma escolha viável, pois as mulheres, mesmo as de baixa renda, interessam-se por inovações que possam representar alternativas às suas práticas contraceptivas. No entanto, a taxa acumulada de continuidade de uso aos 12 meses foi de 25,7%; após 365 dias, 39 mulheres mantiveram o seu uso contínuo. Do total de mulheres que escolheram o diafragma, 37,1% referiram usá-lo em todas as relações durante o período de observação. Os resultados mostram a necessidade de os serviços readequarem a atividade de planejamento familiar, no sentido de dar um maior suporte às mulheres que optaram pelo diafragma, envolvendo seus parceiros nesta tomada de decisão. Além disso, a equipe de planejamento familiar da unidade também precisaria de um reforço contínuo visando aprimorar as técnicas de medição e o apoio à mulher frente as suas dificuldades iniciais com o método.