Griot: Revista de Filosofia (Jun 2021)
A crítica do universalismo hegeliano em três tempos: Fanon, Dussel e Freire
Abstract
O objetivo deste ensaio é apresentar a crítica do universalismo hegeliano realizada pelo conceito de zona do não-ser de Franz Fanon, pela zona da exterioridade de Enrique Dussel e pela pedagogia do oprimido de Paulo Freire. A (re)leitura da dialética hegeliana operada pelos três pensadores auxilia na compreensão do substrato do pensamento que orientou a concepção europeia sobre a liberdade inscrita no campo da prática política, localizando-a no tempo e no espaço. Além disso, suas propostas de “descolonização da dialética” renovam a imaginação e a práxis filosófico-política dos países subalternizados pelo contexto das relações de força do mundo moderno/colonial, em busca de outras referências simbólico-epistêmicas necessárias à transformação social da realidade de desigualdades do continente latino-americano. O gesto dos três pensadores abre o texto filosófico ou, mais especificamente, o pensamento hegeliano, a um diálogo infinito, não totalizável, a uma crítica às tentativas de fechamento metafísico e/ou ontológico do conhecimento, a sua universalização.
Keywords