Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

REALIZAÇÃO DE SOROLOGIA PAREADA PARA COVID-19 EM PUÉRPERAS E RECÉM-NASCIDOS NO MOMENTO DA TRIAGEM NEONATAL

  • Gabriela Soutto Mayor Assumpção Pinheiro,
  • Aline Almeida Bentes,
  • Claudia Regina Lindgren Alves,
  • Vivian M.G.O. Azevedo,
  • Stela Maris Aguiar Lemos,
  • Mila Lemos Cintra,
  • Gabriela Cintra Januário,
  • Jose Nelio Januario,
  • Isadora de Araújo Martins,
  • Juliana Wilke Saliba,
  • Ana Beatriz Araújo de Souza,
  • Laura Gregório Pires,
  • Gabriela Lousado Mesquita

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102068

Abstract

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Introdução: Entender transferência transplacentária de anticorpos é essencial para adequação de protocolos assistenciais, e estudos em vacina nestas populações (FLANNERY et al., 2021; SONG et al., 2021). Trata-se de estudo piloto do projeto “Inquérito sorológico em papel filtro para SARS-COV-2 em recém-nascidos e suas mães, e monitoramento do desenvolvimento nos primeiros 2 anos vida”, aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (CAAE: 42269021.9.0000.5149). Métodos: Estudo transversal realizado em cinco cidades de Minas Gerais de abril a junho de 2021. Foram convidadas a participar todas as mães que levaram seus filhos à unidade básica de saúde até o 7° dia de vida para triagem neonatal. Foi realizada punção de calcanhar nos bebês e digital nas mães. As amostras, conservadas em papel filtro e testadas para IgG anti Sars-Cov-2 pelo método ELISA, kit Allserum EIA COVID-19 IgG-Dried Blood Spot (MBIOLOG, 2020). Foi tentado contato telefônico com todas as díades em que mãe e/ou recém-nascido eram reagentes e com parcela sorteada das díades negativas, e aplicado questionário sobre as condições sociodemográficas, gestacionais e perinatais. Resultados: Foram coletadas 847 amostras pareadas, em 144 (17%) a mãe e/ou criança eram reagentes (122 mães responderam ao questionário). Entrevistamos 111 mães de díades não reagentes, totalizando 233 mães. Da amostra, 94 mães (40,34%) eram reagentes, sendo que em 82,97% dos casos a sorologia do bebê foi concordante. Já entre as mães não reagentes (n = 125), identificamos 14,40% de bebês reagentes. Houve ainda 14 mães com sorologia indeterminada, e destas, 71,42% dos bebês teve sorologia positiva. Das mães reagentes, 34,04% negaram suspeita de COVID durante a gestação; 56,38% relataram suspeita clínica e laboratorial da doença, sendo esta predominante no 3° trimestre (74,07%). Entre as mães não reagentes, a taxa de suspeita de COVID na gestação cai para 17,30% e predomina no 1° e 2° trimestres (83,33%). 5 mães haviam sido vacinadas na gestação. Conclusão: Nosso estudo auxilia no entendimento sobre a imunogenicidade em puérperas assintomáticas, transferência passiva de anticorpos e possíveis casos de infecção vertical. Possui a limitação de a suspeita de doença na gestação se basear no relato das mães.