Revista de Saúde Pública (Dec 1992)

Geographical patterns of proportionate mortality for the most common causes of death in Brazil Variações geográficas no padrão de mortalidade proporcional por doenças crônico-degenerativas no Brasil

  • Rosely Sichieri,
  • Cecilia A. de Lolio,
  • Valmir R. Correia,
  • James E. Everhart

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89101992000600008
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 6
pp. 424 – 430

Abstract

Read online

Mortality due to chronic diseases has been increasing in all regions of Brazil with corresponding decreases in mortality from infectious diseases. The geographical variation in proportionate mortality for chronic diseases for 17 Brazilian state capitals for the year 1985 and their association with socio-economic variables and infectious disease was studied. Calculations were made of correlation coefficients of proportionate mortality for adults of 30 years or above due to ischaemic heart disease, stroke and cancer of the lung, the breast and stomach with 3 socio-economic variables, race, and mortality due to infectious disease. Linear regression analysis included as independent variables the % of illiteracy, % of whites, % of houses with piped water, mean income, age group, sex, and % of deaths caused by infectious disease. The dependent variables were the % of deaths due to each one of the chronic diseases studied by age-sex group. Chronic diseases were an important cause of death in all regions of Brazil. Ischaemic heart diseases, stroke and malignant neoplasms accounted for more than 34% of the mortality in each of the 17 capitals studied. Proportionate cause-specific mortality varied markedly among state capitals. Ranges were 6.3-19.5% for ischaemic heart diseases, 8.3-25.4% for stroke, 2.3-10.4% for infections and 12.2-21.5% for malignant neoplasm. Infectious disease mortality had the highest (p Em razão de a mortalidade por doenças crônico -degenerativas estar aumentando no Brasil, com correspondente redução das doenças infecciosas, foi realizado estudo comparativo entre 17 capitais brasileiras em relação à mortalidade proporcional para as principais causas de morte em 1985. Foram calculados coeficientes de correlação entre a mortalidade proporcional decorrente de doença isquêmica do coração, doença cerebrovascular, câncer de pulmão, mama e estômago e 3 variáveis socioeconômicas, raça e a mortalidade proporcional por doenças infecciosas. A análise multivariada através de regressão linear incluiu como variáveis independentes os percentuais de: analfabetismo, casas com instalação domiciliar de água, renda média, população da cor branca, faixa etária e sexo. As variáveis dependentes foram as percentagens de óbito devido a cada uma das doenças crônico-degenerativas em estudo, por grupo de idade e sexo. Os resultados mostraram que as doenças crônico-degenerativas são importantes causas de morte em todas as regiões do país. A doença isquêmica do coração, a doença cerebrovascular e as neoplasias malignas foram responsáveis por mais do que 34% da mortalidade em todas as capitais estudadas. A mortalidade proporcional variou de forma marcante entre as capitais estudadas, com amplitudes de variação de 6,3-19,5% para a doença isquêmica do coração, 8,3-25,4% para a doença cerebrovascular, 2,3-10,4% para infecções e 12,2-21,5% para as neoplasias malignas. A mortalidade proporcional por infecções apresentou a maior correlação com os indicadores socioeconômicos (p < 0,001), sendo acompanhada pela doença isquêmica do coração (p < 0,05). O alto nível socioeconômico relacionou-se com menor percentagem de mortalidade por infecções e mais alta percentagem de doença isquêmica do coração, enquanto que a mortalidade por doença cerebrovascular e câncer de mama não se associaram com os indicadores socioeconômicos. Os modelos de análise multivariada explicaram 59% da variação entre as capitais, para a doença isquêmica do coração, 50% para a doença cerebrovascular, 28% para o câncer de pulmão, 24% para o câncer de mama e 40% para o câncer de estômago. As importantes diferenças geográficas encontradas para a mortalidade proporcional devido às doenças crônico-degenerativas não podem ser totalmente explicadas pela variação na mortalidade por doenças infecciosas e pelos fatores socioeconômicos estudados, sugerindo a existência de fatores de risco específicos.

Keywords