Revista Dor (Dec 2011)

Efeito anti-inflamatório da suplementação dietética com ácidos graxos ômega-3, em ratos

  • Tamirys Ribeiro Mesquita,
  • Adriana Aparecida de Souza,
  • Elton Constantino,
  • Naira Correa Cusma Pelógia,
  • Irimar de Paula Posso,
  • Oscar César Pires

Journal volume & issue
Vol. 12, no. 4
pp. 337 – 341

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Diversos estudos têm demonstrado os efeitos benéficos dos ácidos graxos ômega-3 à saúde: no metabolismo lipídico, promovendo redução nos níveis plasmáticos dos triacilgliceróis, aumento de HDL colesterol e, ação anti-inflamatória ao reduzir a síntese de derivados do ácido araquidônico: prostaglandina E2 (PGE2), tromboxano A2 (TXA2), prostaciclina (PGI2) e leucotrieno B4. Portanto, há de se supor que a suplementação com ácidos graxos EPA e DHA (ω-3), pode atenuar os efeitos do processo inflamatório a partir da diminuição da síntese dos eicosanoides, assim como a utilização indiscriminada dos anti-inflamatórios. O presente estudo teve como objetivo comparar o efeito analgésico e anti-inflamatório, entre a suplementação dietética com ácido graxo ômega-3 (ω-3) e tenoxicam em ratos. MÉTODO: Participaram do estudo 18 ratos Wistar machos, pesando entre 220 e 300 g, distribuídos em três grupos (n = 6): Grupo controle (GC), Grupo tenoxicam (GT) e o Grupo ômega-3 (GO) para receberem respectivamente 0,2 mL de solução fisiológica, 1 mg.kg-1.dia-1 de tenoxicam e 200 mg.kg-1.dia-1 de ácido graxo ômega-3 diariamente, por gavagem. Após duas semanas de tratamento, foi realizado o teste da formalina e observação da resposta nociceptiva, já que à segunda fase do teste se atribui liberação de mediadores endógenos locais, que geram resposta inflamatória local, responsável pela sensibilização de aferentes primários e de neurônios medulares subsequente a ativação de nociceptores. A análise estatística dos resultados obtidos foi realizada utilizando o programa JMP do SAS, adotando o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Os grupos tenoxicam e ômega-3 não apresentaram diferenças estatisticamente significantes quando comparados entre si nas fases do teste da formalina modificado. Não obstante, apresentaram menor resposta álgica, com significância estatística, na segunda fase do teste da formalina quando comparados com o GC. CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram efeito anti-inflamatório comparável entre o emprego de tenoxicam e a suplementação dietética com ácido graxo ômega-3, sugerindo que o uso da suplementação dietética com ácido graxo ômega-3 poderá ser de grande valia, principalmente nos processos crônicos, onde o emprego de anti-inflamatórios não esteroides se relaciona a maior morbidade principalmente no sistema digestivo e renal.

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