Trends in Psychiatry and Psychotherapy (Sep 2012)
The "selfish brain" hypothesis for metabolic abnormalities in bipolar disorder and schizophrenia A hipótese do "cérebro egoísta" para alterações metabólicas no transtorno bipolar e na esquizofrenia
Abstract
Metabolic abnormalities are frequent in patients with schizophrenia and bipolar disorder (BD), leading to a high prevalence of diabetes and metabolic syndrome in this population. Moreover, mortality rates among patients are higher than in the general population, especially due to cardiovascular diseases. Several neurobiological systems involved in energy metabolism have been shown to be altered in both illnesses; however, the cause of metabolic abnormalities and how they relate to schizophrenia and BD pathophysiology are still largely unknown. The "selfish brain" theory is a recent paradigm postulating that, in order to maintain its own energy supply stable, the brain modulates energy metabolism in the periphery by regulation of both allocation and intake of nutrients. We hypothesize that the metabolic alterations observed in these disorders are a result of an inefficient regulation of the brain energy supply and its compensatory mechanisms. The selfish brain theory can also expand our understanding of stress adaptation and neuroprogression in schizophrenia and BD, and, overall, can have important clinical implications for both illnesses.Alterações metabólicas são frequentes em pacientes com esquizofrenia e transtorno bipolar (TB), levando a uma alta prevalência de diabetes e síndrome metabólica nessa população. Além disso, as taxas de mortalidade entre pacientes são mais altas do que na população geral, especialmente em decorrência de doenças cardiovasculares. Vários sistemas neurobiológicos envolvidos no metabolismo energético têm demonstrado alterações nas duas doenças; no entanto, a causa das alterações metabólicas e a forma como elas se relacionam com a fisiopatologia da esquizofrenia e do TB ainda são arenas em grande parte desconhecidas. A teoria do "cérebro egoísta" é um paradigma recente que postula que, para manter estável seu próprio fornecimento de energia, o cérebro modula o metabolismo da energia na periferia regulando tanto a alocação quanto a ingestão de nutrientes. Apresentamos neste artigo a hipótese de que as alterações metabólicas observadas nesses transtornos são resultado de uma regulação ineficiente do fornecimento de energia do cérebro e seus mecanismos compensatórios. A teoria do cérebro egoísta também pode expandir nosso entendimento sobre a adaptação ao estresse e a neuroprogressão na esquizofrenia e no TB, e, acima de tudo, pode ter implicações clínicas importantes para as duas doenças.
Keywords