Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (Apr 2013)
Fatores preditores de fístula salivar pós-laringectomia total Predictors of salivary fistula after total laryngectomy
Abstract
OBJETIVO: Avaliar a incidência de fístula faringocutânea após laringectomia total e tentar identificar os fatores preditores. MÉTODOS: No período de maio de 2005 a abril de 2010, 93 pacientes foram submetidos à laringectomia total. Foram avaliadas as complicações per e pós-operatórias e comparadas com as seguintes variáveis: sexo, estado nutricional, traqueostomia prévia, localização do tumor prim��rio, tipo de operação realizada, estadiamento de acordo com o TNM, tratamento prévio com quimioterapia e/ou radioterapia, utilização de retalhos para reconstrução e margem cirúrgica. Todos os pacientes apresentavam a neoplasia em estádio avançado segundo o TNM. RESULTADOS: 14 (15,1%) pacientes evoluíram com fístula salivar no pós-operatório. O tempo médio de aparecimento da fístula salivar foi 3,5 dias, com desvio padrão de 13,7 dias. Comparando a fístula salivar com as variáveis TNM, tipo de operação e esvaziamento cervical, traqueostomia prévia, utilização de retalho miocutâneo, rádio e quimioterapia pré-operatória e margem cirúrgica, não foi observado diferença estatisticamente significativa (p>0,05). CONCLUSÃO: A incidência de fístula salivar foi 15,1% e não foi encontrado fator preditor para sua formação.OBJECTIVE: To evaluate the incidence of pharyngocutaneous fistula after total laryngectomy and try to identify its predictors. METHODS: From May 2005 to April 2010, 93 patients underwent total laryngectomy. We evaluated complications during and after surgery and compared them with the following variables: gender, nutritional status, previous tracheotomy, tumor location, type of surgery, TNM staging, prior treatment with chemotherapy and/or radiotherapy, use of flaps for reconstruction and surgical margin. All patients presented with advanced neoplastic disease according to TNM. RESULTS: 14 (15.1%) patients developed postoperative salivary fistula. The mean time to onset of salivary fistula was 3.5 days, with a standard deviation of 13.7 days. Comparing salivary fistula with TNM variables, type of operation and neck dissection, prior tracheotomy, use of flap, preoperative radio and chemotherapy and surgical margin, there was no statistically significant difference (p> 0,05). CONCLUSION: The incidence of salivary fistula was 15.1% and no predictive factor for its formation was found.