Revista de Educação Popular (Dec 2022)
Educação popular e militância
Abstract
O presente artigo discute a eficiência da educação de caráter popular em Juruti, município da Amazônia paraense. Dos anos de 1970 a 1992, freiras Franciscanas de Maristella e padres desenvolveram um projeto no município que englobava assistência à saúde, construção de casas populares em regime de mutirão, incentivo à geração de renda através de artesanato, e atendimento às crianças carentes por meio de creches e pré-escolas. Os envolvidos no projeto eram atuantes em um movimento chamado Comunidades Eclesiais de Base (CEB). A dinâmica das CEB consistia em ligar os ensinamentos bíblicos à necessidade de que as pequenas comunidades lutassem contra a opressão dos grandes fazendeiros e empresários. Em Juruti, contribuíram para o fortalecimento dos pequenos agricultores através do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e foram importantes fomentadoras de conflitos contra os grandes latifundiários que, com o intuito de utilizar grandes faixas de terras produtivas como moeda de troca no mercado de exploração madeireira e agrícola, prejudicavam a economia por as manterem inutilizadas. O acirramento dos conflitos e as ameaças constantes de violência culminaram com a saída das freiras da sede do município em 1992.
Keywords